O Ministério Público de Sergipe (MP-SE) realiza nesta quinta-feira (20), às 10h30, a pré-estreia do documentário “Memória Verde: Recuperação da Mata Ciliar do Rio São Francisco em Borda da Mata”, no painel da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) – Estande MPF/MPT – durante a programação da COP30. A exibição integra o painel nacional de resultados da FPI e marca mais uma etapa da divulgação institucional do Projeto Memória Verde.
A primeira pré-estreia ocorreu internamente, durante apresentação especial para membros da Administração Superior do MP-SE. O lançamento oficial está previsto para o início de 2026, diretamente na comunidade do Assentamento Borda da Mata, em Canhoba, local onde a intervenção recuperada pelo projeto foi originalmente executada.
O documentário é o primeiro produto do Projeto Memória Verde, iniciativa do Centro de Apoio Operacional de Proteção ao Rio São Francisco e às Nascentes e do Centro de Apoio Operacional de Proteção ao Meio Ambiente e Integridade do Sistema Climático. O projeto tem como objetivo registrar e valorizar intervenções ambientais bem-sucedidas conduzidas pelo Ministério Público de Sergipe, compondo uma memória institucional capaz de inspirar novas ações de conservação e recuperação ambiental. A proposta envolve resgatar a história de iniciativas já consolidadas, evidenciar seus impactos positivos, destacar as parcerias envolvidas e fortalecer práticas de governança ambiental replicáveis em todo o estado.
O procurador-geral de Justiça, Nilzir Soares Vieira Junior, destacou o caráter estratégico da iniciativa. “O MPSE tem ampliado sua atuação na proteção dos recursos naturais, e registrar casos de sucesso é fundamental para orientar o futuro. O Memória Verde consolida a identidade do Ministério Público como instituição que planeja, acompanha, executa e, sobretudo, entrega resultados. Este documentário valoriza a história do nosso trabalho, mas também projeta um compromisso de continuidade e fortalecimento das políticas ambientais no estado”, ressaltou.
Borda da Mata
O case escolhido para inaugurar o projeto é a Recuperação da Mata Ciliar do Rio São Francisco no Assentamento Borda da Mata, onde cerca de 5 km de mata ciliar foram restaurados desde o ano 2000. A intervenção gerou um aumento expressivo da cobertura florestal: de aproximadamente 5 hectares em 2000 para cerca de 29 hectares em 2023, com restauração de áreas antes degradadas por pastagens e cultivos agrícolas.
A ação foi conduzida pelo então promotor de Justiça da região, Antônio César Leite de Carvalho, e contou com o engajamento do Ibama, Incra, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Prefeitura de Canhoba e Associação Comunitária local. A escolha do case decorreu de percepção técnica durante inspeção do MP-SE e da equipe aquática na fase operacional da FPI de 2023, que identificou o local como um exemplo sólido e comprovado de recuperação ambiental no estado.
Para o diretor do CAOp Recursos Hídricos, promotor de Justiça Sandro Costa, responsável pela iniciativa, a pré-estreia na COP30 reforça a importância de resgatar experiências transformadoras conduzidas pelo Ministério Público e seus parceiros. “O Projeto Memória Verde nasce do compromisso de revisitar nossos acertos, reconhecer práticas que deram resultados e oferecer ao estado um repertório de soluções ambientais que funcionam. Borda da Mata simboliza isso: uma recuperação iniciada há mais de duas décadas, fruto do trabalho técnico, da articulação institucional e do envolvimento da comunidade. Mostrar esse case na COP30 é afirmar que Sergipe tem exemplos concretos de proteção ambiental e que eles podem e devem inspirar novas ações”, afirmou.
Já a diretora do CAOp Meio Ambiente, Aldeleine Barbosa, enfatizou que o projeto não se limita ao resgate histórico, mas sim à expansão das práticas bem-sucedidas. “A recuperação da mata ciliar em Borda da Mata foi um processo que reuniu o Ministério Público, a comunidade, o Ibama, a UFS e outros atores que acreditaram na restauração ambiental quando quase não se falava nisso. Agora, ao resgatarmos esse caso, queremos ir além: nossa meta é replicar esse modelo para outras regiões de Sergipe, ampliar áreas restauradas e fortalecer o trabalho conjunto entre os Centros de Apoio. O que funcionou em Borda da Mata tem potencial para transformar ainda mais o estado”, explicou.
Ao disseminar práticas efetivas de restauração e proteção ambiental, a iniciativa busca inspirar gestores públicos, órgãos ambientais, comunidades e demais atores sociais a replicarem modelos de sucesso e fortalecerem a conservação dos ecossistemas sergipanos.
Fonte: MP-SE
