Da redação, AJN1
No mês de novembro, o custo médio da cesta básica de alimentos em Aracaju teve aumento 1,96%. Na prática, os aracajuanos tiveram que desembolsar R$ 473,26 para levar o conjunto de alimentos perecíveis para casa. Mesmo com a alta, a capital sergipana ainda detém a cesta mais barata do Brasil. Os dados foram divulgados na terça-feira (7), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Vale frisar que no mês de outubro, por exemplo, a capital havia apresentado aumento de 2,23%; em setembro, alta de 0,19%; em agosto, queda expressiva de 6,56%; em julho, aumento de 3,71%; em junho, teve alta de 0,54%. No mês de maio, por conseguinte, houve redução de 0,26%; em abril, a capital teve alta de 0,19%; em março, a alta foi de 5,13%; em fevereiro, houve redução de 1,1%; e em janeiro queda de 0,51%. No acumulado do ano, o custo da cesta apresenta alta de 4,86%.
Além da capital sergipana, o Dieese registrou alta em outras oito das 17 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas nas cidades do Norte e do Nordeste: Recife (8,13%), Salvador (3,76%), João Pessoa (3,62%), Natal (3,25%), Fortaleza (2,91%), Belém (2,27%) e Aracaju (1,96%). Florianópolis (1,40%) e Goiânia (1,33%) também apresentaram elevação no custo médio. As reduções mais importantes ocorreram em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e no Rio de Janeiro (-1,22%).
A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 710,53), seguida pelas de São Paulo (R$ 692,27), Porto Alegre (R$ 685,32), Vitória (R$ 668,17) e Rio de Janeiro (R$ 665,60). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 473,26), Salvador (R$ 505,94) e João Pessoa (R$ 508,91) registraram os menores custos.
Ao comparar novembro de 2020 e novembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Curitiba (16,75%), Florianópolis (15,16%), Natal (14,41%), Recife (13,34%) e Belém (13,18%).
Salário Mínimo
Com base na cesta mais cara que, em novembro, foi a de Florianópolis, o Dieesee estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.969,17, o que corresponde a 5,42 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em outubro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.886,50, ou 5,35 vezes o piso em vigor.
Principais variações dos produtos
Café – Subiu em todas as capitais, com destaque para as variações registradas em Recife (23,63%), Florianópolis (11,94%), Rio de Janeiro (11,39%), Porto Alegre (10,03%) e Curitiba (9,46%). A preocupação com o clima, ou seja, com impactos da geada na safra 2022/2023, repercutiu nos preços do café, tanto no mercado futuro quanto no varejo.
Açúcar – Aumentou em 16 capitais e as altas oscilaram entre 0,51%, em Natal, e 7,24%, em Florianópolis. Em Belo Horizonte, não houve variação. A baixa oferta de açúcar elevou as cotações no varejo.
Óleo de soja – Registrou elevação em 16 capitais, entre outubro e novembro. As maiores variações ocorreram em Aracaju (5,64%), Florianópolis (4,19%) e Fortaleza (4,16%). A alta nos preços externos da soja, a maior demanda pelo óleo e a valorização do dólar frente ao real explicaram o aumento do óleo de soja no varejo.
Feijão – Recuou em todas as capitais. Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as retrações oscilaram entre -4,97%, em Belo Horizonte, e -0,40%, em Brasília. Já as quedas do preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, variaram entre e -3,05%, no Rio de Janeiro, e -0,13%, em Curitiba. Os altos patamares de preço do feijão inibiram a demanda, forçando os valores para baixo. Além disso, a maior oferta, pela colheita do sudoeste de São Paulo, reduziu os preços no varejo.
Arroz agulhinha – Diminuiu em 15 capitais; as quedas mais importantes foram registradas no Rio de Janeiro (-5,54%), Aracaju (-4,10%), Salvador (-3,12%) e Brasília (-2,79%). A menor comercialização do arroz, devido à baixa demanda, e a expectativa de estoques elevados do grão resultaram na redução das cotações nas capitais pesquisadas.
Leite integral – Diminuiu em 13 capitais, com destaque para as taxas de Vitória (-4,84%), Curitiba (-3,70%), Rio de Janeiro (-3,21%), Belo Horizonte (-3,15%) e Campo Grande (-3,12%). Houve melhora nas pastagens e o período é de elevação de oferta, o que explica as quedas na maior parte das cidades.
Carne bovina de primeira – Teve o preço reduzido em 11 capitais. A oferta foi menor, consequência do período de entressafra da carne bovina. Entretanto, no varejo, o movimento foi de redução nas cotações, na maior parte das cidades; pois, além da sanção chinesa à carne brasileira, os altos patamares de preço da carne bovina de primeira inviabilizam o acesso de grande parte das famílias brasileiras. As capitais que tiveram maior recuo nos preços foram Natal (-2,75%), Goiânia (-0,76%) e Campo Grande (-2,19%).