Da redação, AJN1
Durante o Carnaval, aumenta o número de crimes envolvendo abuso sexual mediante ingestão de substâncias tóxicas. Conhecido como golpes de “Boa Noite Cinderela”, essas ações criminosas deixam as vítimas, em sua grande maioria mulheres, mais vulneráveis. O alerta é feito pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).
De acordo com o perito criminal Ricardo Leal, nesses crimes, a vítima, sem perceber, é exposta a substâncias que alteram o nível de consciência. “Essas substâncias produzem alguns efeitos como, por exemplo, amnésia retrógrada. Após a injeção ela não lembra o que aconteceu e se depara com uma situação em que foram violentadas posteriormente”, explica.
Há ainda outras substâncias que têm chegado ao estado com frequência. “Nós encontramos medicamentos que são comumente chamados como tranquilizantes, que são comumente encontrados em amostras de sangue e de urina. E também algumas drogas de abuso, como ecstasy, amplamente utilizadas nessas ações, que é transparente, não tem cheiro e tem o sabor levemente salgado”, detalha o perito.
A delegada Ana Carolina Machado, do DAGV, frisou que o estupro é um dos principais crimes cometidos contra as vítimas que ingerem essas substâncias. “O crime de estupro de vulnerável é definido como quando a vítima, por qualquer outro meio, não pode oferecer resistência ao agressor que pratica a ação criminosa”, apontou.
Dicas
A delegada faz dá algumas dicas: “Vai comprar bebida no bar, exija que a pessoa a abra na sua frente. Não ingerir bebida ou qualquer outra coisa oferecida por pessoas estranhas e ter muita atenção no uso do álcool. Compreendemos que é um momento muito difícil e delicado, mas é preciso registrar o boletim de ocorrência. Nós expedimos uma guia para exame sexológico no IML, porque com essas providência iniciais é que a polícia consegue provar que o crime ocorreu”, concluiu.
Recorrente
No ano passado, foram emitidos 12 laudos de análises de substâncias relacionadas a esse tipo de crime. “Quanto menor for o tempo da análise, mais rapidamente conseguimos fazer a perícia e essa substância não é completamente excretada do corpo. Então vai estar presente ainda na amostra de sangue e de urina, e temos sucesso na análise pericial”, ressaltou o perito.