Da redação, AJN1
A cabeleireira Sabrina Silva Lima Gonçalves, de 36 anos, foi morta no último dia 6 de janeiro, na porta de uma academia de ginástica, no conjunto Parque dos Faróis, em Nossa Senhora do Socorro. E o principal suspeito do crime é o ex-namorado da vítima, transformando o delito no primeiro caso de feminicídio de 2020, segundo o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).
De acordo com o DAGV, existe uma crescente luta contra o feminicídio e pelo fim da violência contra a mulher em Sergipe. Em 2018, conforme estatística do DAGV, ocorreram 16 crimes tipificados como feminicídio. Mesmo com campanhas educativas, conscientização e de mais rigor nas leis, as ocorrências cresceram. Em 2019: foram 20 casos.
Ainda em 2019, o DAGV registrou 2.687 ameaças a mulheres; 1.554 lesões corporais; 1.445 injúrias; 546 vias de fato; 288 danos; 179 difamações; e 115 descumprimentos de medida protetiva, números assustadores se for mensurar a quantidade de habitantes do estado, porco mais de 2,2 milhões.
Prisão
O feminicídio contra a cabeleireira Sabrina Silva Lima está sendo apurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob a coordenação da delegada Luciana Pereira.
Na tarde desta quarta-feira (8), o DHPP conseguiu prender Samuel dos Santos, de 38 anos, suspeito de ter matado a ex-namorada Sabrina Lima. No depoimento de quase uma hora, concedido no interior do DHPP, ele confessou que se preparou para matar a ex-namorada, devido ao término da relação.
Acompanhado por seu advogado, Samuel disse que comprou uma arma há quase seis meses, um revólver calibre 38 utilizado no crime. Samuel conta que após o crime, se deslocou para a casa da irmã, onde passou a noite.
Nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, foi para Malhador, no Agreste do estado, onde foi localizado por investigadores da quarta Divisão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Feminicídio
Mais de 4 mil mulheres morrem anualmente no País vítimas de agressão física, sendo que destas, 60% são vítimas de feminicídio. O feminicídio (homicídio cometido contra a mulher por razões da condição do sexo feminino) é crime previsto no Código Penal com pena de reclusão de 12 a 30 anos.
O autor do crime terá a pena elevada de um terço até a metade se ele tiver desrespeitado, por exemplo, ordem para manter distância da vítima ou não ter contato com ela, parentes ou testemunhas. Também haverá aumento de pena se o agressor descumprir medida que suspenda a posse ou restrinja o porte de armas.
Texto atualizado às 16h30 para correção de informação.