A decisão da Coca-Cola de lançar nos Estados Unidos uma versão do refrigerante feita com açúcar de cana deve gerar um impacto significativo no mercado mundial do produto. A nova fórmula da bebida demandará cerca de 1,5 milhão de toneladas de açúcar por ano.
A informação foi revelada ao CNN Money por Plínio Nastari, CEO da Datagro, que destacou que a mudança poderá alterar significativamente o balanço mundial de açúcar.
Para o ano comercial 2025-2026, que se inicia em 1º de outubro de 2025, a projeção atual indica um superávit de 900 mil toneladas.
Com a nova demanda da Coca-Cola, esse cenário se converteria em um déficit de aproximadamente 500 mil toneladas.
Preferência do consumidor
Nos Estados Unidos, já existe um mercado consolidado de importação de Coca-Cola produzida no México com açúcar de cana, produto que chega a ser comercializado por um valor até três vezes maior que a versão local, fabricada com xarope de milho.
A preferência pelo açúcar de cana se baseia em dois fatores principais: o sabor diferenciado e estudos médicos que indicam que refrigerantes produzidos com glucose e frutose de milho apresentam maior propensão a causar obesidade em comparação com aqueles feitos com açúcar de cana cristalizada.
Impacto no mercado
O consumo mundial de açúcar está estimado em 194 milhões de toneladas, com um balanço entre oferta e demanda bastante ajustado, que varia entre 3 e 5 milhões de toneladas.
Nos últimos meses, o preço do açúcar referenciado em Nova York, que serve como base para o mercado brasileiro e mundial, recuou de cerca de 18 para menos de 16,5 centavos de dólar por libra peso.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de açúcar, possui a economia açucareira mais livre do mundo, com preços que refletem diretamente o mercado internacional.
Apesar da magnitude da mudança anunciada, não se prevê alterações significativas nos preços do mercado interno brasileiro no curto prazo.
Fonte: CNN Brasil