O bilionário Elon Musk afirmou que qualquer pessoa pode conseguir US$ 100 mil (cerca de R$ 465 mil) para viajar até Marte desde que consiga trabalhar e economizar. O homem mais rico do mundo ainda ressaltou que não gasta seus bilhões de dólares em consumo pessoal e, mesmo com sua fortuna, não tem casa própria.
“Se você falar o que é necessário para levar pessoas e carga suficientes para Marte para construir uma cidade autossustentável, tem que pensar no grupo de pessoas que quer ir. Uma pequena porcentagem irá querer, poderá se dar ao luxo ou conseguir patrocínio. Mas precisa ser um milhão de pessoas. Acho que os governos vão pagar por isso e as pessoas poderão fazer empréstimos”, disse durante entrevista para o chefe das conferências TED, Chris Anderson, divulgada nesta segunda-feira (18).
“Se os custos da mudança para Marte são, para fim de argumentação, US$ 100 mil, então acho que você sabe que qualquer um pode trabalhar e economizar e, eventualmente, ter o dinheiro e poder ir para Marte, se quiser. Queremos disponibilizar para quem quiser ir”, complementa.
Não é a primeira vez que Musk afirma que a passagem será viável. Em 2019, ele afirmou no Twitter sobre o preço da viagem. A expectativa é de que até 2050 cerca de mil naves estelares sejam enviadas para o “Planeta Vermelho”.
“Estou confiante de que a mudança para Marte (a passagem de volta é gratuita) um dia custará menos de US$ 500 mil e talvez até menos de US$ 100 mil. Baixo o suficiente para que a maioria das pessoas em economias avançadas possa vender sua casa na Terra e se mudar para Marte, se quiser.”
O bilionário ressaltou também que sua empresa trabalha na criação uma usina de combustível em Marte para que sejam possíveis as viagens de retorno das naves estelares.
“É um método generalizado de transporte para qualquer lugar do sistema solar porque o ponto que você tem um depósito de propelente [material que pode ser usado para mover um objeto com força] em Marte, você pode viajar para o cinturão de asteróides e para as luas de Júpiter e Saturno, e finalmente para qualquer lugar no sistema solar”, diz.
Para ele, investir na colonização de Marte é maximizar o tempo de vida provável da humanidade.
“A civilização humana pode chegar ao fim por razões externas por um meteoro gigante, mudanças climáticas extremas, ou Terceira Guerra Mundial. Podem ser por várias razões. É importante ressaltar que Marte, principalmente no início, não será luxuoso. Será um trabalho perigoso, árduo, difícil e você pode não conseguir voltar. Mas será glorioso”, diz.
Sem casa própria?
O bilionário, que passou a ocupar pela primeira vez o topo do ranking anual das pessoas mais ricas do mundo neste ano, chamou atenção ao afirmar que não tem casa própria e mora em imóveis de amigos.
“Seria problemático se eu tivesse gastado bilhões de dólares em consumo pessoal. Na verdade eu nem possuo casa própria. Estou ficando em casa de amigos. Se eu for para a baía, onde tem a engenharia da Tesla, eu percorro por quartos vagos de casas de amigos. Eu não tenho iate, eu não tiro férias.
“Não é como se meu consumo fosse alto. A única exceção é um avião, que se eu não usar tenho menos horas para trabalhar”, afirmou.
O levantamento feito pela revista americana “Forbes” no dia 5 de abril calculou em US$ 219 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) a fortuna de Musk. A publicação considerou valores até 11 de março e, por isso, não levou em conta o fato de o bilionário ter comprado uma participação acionária de 9,2% do Twitter.
Na comparação com o ranking de 2021 da “Forbes”, Musk ganhou US$ 68 bilhões (R$ 316 bilhões). De acordo com a revista, o resultado foi alcançado por conta de uma alta de 33% no preço de ações da Tesla.
Fonte: G1