O presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, e a juíza coordenadora da Mulher, Jumara Porto, visitaram, nesta sexta-feira (29), a fábrica Delícias do Quilombo da Agroindústria Quilombola de Sergipe Mãe Zai, no povoado Patioba, em Japaratuba. A criação da fábrica Delícias do Quilombo foi resultado de uma articulação da Coordenadoria da Mulher do TJ-SE com diversas instituições.
“A Coordenadoria da Mulher do nosso Tribunal está fazendo um trabalho muito intenso que resulta nesse trabalho social que verificamos aqui, com a Associação Quilombo da Patioba, para o fomento da independência das mulheres quilombolas com esta fábrica. Então, este é mais um trabalho de parceria, de participação do Poder Judiciário com o município, juntamente com essa associação”, ressaltou o presidente Ricardo Múcio.
Esta é mais uma ação em prol do combate à violência doméstica e familiar contra a mulher nesta Semana da Justiça pela Paz em Casa, por meio do fomento à autonomia de mulheres quilombolas na produção de doces tradicionais da região.
“A gente precisa entender que o ciclo da violência muitas vezes se mantém por causa da ausência de autonomia financeira das mulheres. Então, essa fábrica vem de uma maneira positiva contribuir para que essas mulheres quilombolas, algumas em situação de vulnerabilidade, sejam donas de suas próprias vidas, porque uma mulher com esse poder de escolha pode decidir se continua ou não nesse ciclo da violência”, enfatizou a juíza Jumara.
A Fecomércio, através do SENAC, realizou cursos para desenvolver a capacidade de empreendedorismo das mulheres do quilombo, desde a fabricação dos produtos até a posterior distribuição em todo o Estado.
“Estamos cuidando de pessoas. Quando a gente cuida das pessoas, nós nos aproximamos daquele que é o slogan da nossa gestão enquanto sistema Fecomércio SENAC. Nós identificamos com a doutora Jumara e o doutor Ricardo um nicho que podemos aperfeiçoar com relação à mão de obra e qualificar essas entidades para o mercado de trabalho. Com as mulheres do quilombo Patioba, visualizamos exatamente a vocação para os doces, cocadas e geleias e incentivamos para que essas mulheres possam ter sua renda própria”, disse Marcos Andrade, presidente da Fecomércio.
Todo o maquinário da fábrica Delícias do Quilombo foi doado pela Fundação Ecoar, que tem firmado uma parceria importante com a Coordenadoria da Mulher para equipar, além da fábrica de Chocolate Mussuca, em Laranjeiras, e dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher (Crams) para a realização dos cursos de capacitação para o mercado de trabalho às mulheres em situação de vulnerabilidade social e violência.
“É uma emoção tremenda para nós, mulheres negras guerreiras, podermos produzir as delícias do nosso quilombo e expandir para todo esse Brasil”, festejou Sueli Leite, contramestre do Samba de Roda do Quilombo Patioba e uma das mulheres beneficiadas com a fábrica.
Fonte: TJ-SE
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