Potencialmente prejudiciais à saúde, os cigarros eletrônicos, vapes e pods continuam sendo apreendidos em larga escala em Sergipe, e um dado que chama a atenção é o volume de apreensões que cresceu 214% em comparação feita entre 2022 e 2023, segundo dados divulgados pela Polícia Científica de Sergipe. Enquanto no ano retrasado foram apreendidos 214 dispositivos desse tipo, no ano passado o número de apreensões saltou para 674 itens retirados de circulação e encaminhados para perícia no Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF), vinculado à Polícia Científica.
Primeiramente, é preciso entender como os cigarros eletrônicos causam danos à saúde humana, conforme explicou o perito criminal Nailson Correia, do IAPF. “O cigarro eletrônico, vapes e pods são altamente viciantes por conter altas concentrações de nicotina. A literatura científica indica que o uso continuado desses dispositivos aumenta a chance de problemas de pressão arterial e cardíacos”, detalhou.
Diante desse cenário de risco à saúde, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) intensificou a divulgação dos riscos do uso desses dispositivos, o que resultou no aumento das apreensões em 2023. “Esses dispositivos, desde 2009, têm a comercialização proibida no Brasil. Então, a gente vem intensificando as informações na mídia, contando com o apoio da imprensa, e, com isso, o número de apreensões aumentou”, relatou.
Em épocas festivas, há um aumento na quantidade de apreensões desses dispositivos, como descreveu o perito criminal do IAPF. “Em períodos festivos como carnaval, período junino e festas de fim de ano, a gente nota a intensificação da apreensão desses dispositivos. Mas desde 2009 é proibida a comercialização, a venda e a propaganda desse dispositivo no Brasil”, acrescentou.
Nailson Correia fez o alerta sobre outras substâncias – além da nicotina – que podem estar contidas nos dispositivos eletrônicos, como cigarros eletrônicos, vapes e pods. “No IAPF, nós já encontramos substâncias extremamente nocivas para o ser humano, como o cerol, componentes químicos à base de benzeno e até mesmo THC, encontrado na maconha”, pontuou o perito criminal, alertando sobre os riscos à saúde.