O valor da cesta básica na capital sergipana, Aracaju, foi a menor do Brasil no último mês de setembro. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 17 cidades, ela ficou no valor de R$ 506,19 do mês anterior, sendo o mais baixo entre todas as capitais do país.
Os dados foram analisados pelo Observatório de Sergipe, vinculado à Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação (Seplan). Em relação ao mês de agosto, quando registrou R$ 516,40, a cesta básica da capital apresentou uma redução de 1,98%. Nos últimos 12 meses, caiu 4,91%; e no acumulado do ano, recuou 2,14%.
Além do tomate, que teve seu valor reduzido em todas as capitais brasileiras, o feijão carioquinha também se destacou como um dos alimentos que contribuíram para a redução do valor da cesta básica em Aracaju (-0,99%).
De acordo com a gerente de Estudos Socioeconômicos da subsecretaria de Estudos e Pesquisas (Observatório de Sergipe), Michele Oliveira, Aracaju se consolidou nos últimos anos como uma das capitais com o menor valor de cesta básica do país, com pequenas oscilações sazonais. “A queda acumulada nos últimos 12 meses é um reflexo positivo para a população, especialmente em um cenário em que o preço da cesta subiu em muitas outras capitais”, explicou.
No país
Enquanto o preço da cesta básica aumentou em 10 das 17 capitais do Brasil pesquisadas pelo departamento, Aracaju se destacou com o menor custo, seguido de grandes capitais do Nordeste, como Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90). Os maiores índices foram registrados em São Paulo (R$ 786,35) e Florianópolis (R$ 756,31), respectivamente.
Na comparação dos últimos 12 meses, Aracaju também está entre as capitais com as maiores quedas, ao lado de Natal, Recife e Fortaleza. O estudo do Dieese avalia ainda o valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, que deveria ser de 4,71 vezes o valor do salário mínimo (R$ 1.412).
Em Aracaju, a pesquisa aponta que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu quase 38,76% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos a uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 39,54%. Já o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta em setembro foi de 78 horas e 52 minutos – menor do que em agosto, quando ficou em 80 horas e 21 minutos.