A sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Sergipe, localizada no bairro São José, em Aracaju, continua ocupada por manifestantes. Desde o dia 17 de maio, integrantes do movimento Levante Popular da Juventude, estudantes da Universidade Federal de Sergipe e artistas locais ocupam a unidade em protesto contra a extinção do Ministério da Cultura (Minc) e contra o presidente interino, Michel Temer.
No dia 12 de maio, o presidente em exercício Michel Temer transformou o Ministério da Cultura em uma secretaria ligada ao Ministério da Educação, o que gerou uma onda de protestos em todo o país. No dia 21, porém, o presidente em exercício voltou atrás e anunciou o retorno do Ministério da Cultura.
Mas, de acordo com o estudante da UFS e integrante da ocupação Moisés Siqueira, a volta do Minc é apenas a primeira reivindicação atendida.
“Tivemos uma grande conquista que foi o retorno do Minc, o que reforça a deslegitimação do governo Temer. A volta do Minc foi o reconhecimento de um erro dentro de um governo que é ilegítimo”, disse.
Segundo ele, cerca de 50 pessoas, entre estudantes, artistas, cantores, poetas, tem se revezado na ocupação.
“A gente está dormindo, tomando banho, e não tem previsão de sair daqui. Além disso muitas pessoas têm vindo participar das oficinas, dos debates que estão realizados”, informou Moisés Siqueira.
Protesto
Nesta segunda-feira, 30, os integrantes da ocuparam farão, a partir das 15h, um ato na Praça Camerino, em frente à sede do Iphan em Sergipe. De acordo com o estudante da UFS e integrante da ocupação Moisés Siqueira, o ato é nacional e é intitulado “Não é só pelo Minc”.
“A volta do Minc é um dos pilares do nosso movimento, mas a principal é a volta do país democrático. O nosso movimento segue até Temer devolver o Brasil para os brasileiros”, informou.
Iphan
Em nota divulgada no portal do Iphan, a direção informou que o Instituto vem presenciando ocupações e manifestações em suas sedes organizadas por movimentos culturais e por profissionais ligados à Cultura.
Até o momento, há manifestantes nas sedes do Iphan em Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio Grande do Norte (RN), Aracaju (SE) e no Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro (RJ), compartilhado com outros órgãos federais da Cultura.
Em todos os locais, os dirigentes do Iphan vem obtendo a cooperação dos manifestantes no sentido de permanecerem em áreas externas, preservarem os acessos e espaços públicos, em especial os tombados, e não afetarem o funcionamento e a segurança das unidades. Não há registro de incidentes ou interrupções das atividades do Iphan, que seguem normalmente.
Por Nara Barreto/Correio de Sergipe
