Muita gente diz que dinheiro não compra felicidade, mas isso está longe de ser verdade. É até curioso pensar que pessoas ricas não sejam mais felizes do que quem está na classe média. Um estudo famoso liderado por Daniel Kahneman e Angus Deaton, dois vencedores do Prêmio Nobel de Economia, mostrou que a felicidade aumenta com a renda até os US$ 75.000. Depois disso, segundo eles, mais dinheiro não tem impacto na felicidade geral.
Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio, diz que a estabilidade financeira é essencial para deixar as pessoas mais felizes.
“Contrariando o que muitos dizem, o dinheiro pode, sim, trazer felicidade. Ele é como o ar: enquanto está presente, nem percebemos que tudo está bem, mas quando falta, tudo vira caos. Ele não só é essencial, mas também melhora a qualidade de vida, permitindo desfrutar de pequenos luxos, como comer em restaurantes refinados e frequentar lugares que antes pareciam impossíveis. Ter recursos proporciona novas experiências”, afirmou.
Problemas financeiros podem resultar em complicações de saúde
Com base em dados da pesquisa, realizada com 450.000 americanos, o estudo analisou a relação entre a renda e dois conceitos: “bem-estar emocional” e “satisfação com a vida”. O bem-estar emocional se refere a como nos sentimos no momento, sendo uma forma de medir nossa felicidade. Já a satisfação com a vida é um conceito mais amplo, relacionado à percepção geral da nossa qualidade de vida e ao quanto estamos satisfeitos com nossas circunstâncias.
Eles explicaram que esse platô acontece porque, com rendas mais baixas, é difícil cobrir as necessidades básicas, o que afeta a felicidade. A falta de dinheiro está ligada a estresse, problemas de saúde, menos tempo livre e mais sofrimento emocional. Mas, quando as pessoas conseguem garantir o básico, como casa, carro, férias e uma segurança financeira, mais dinheiro não faz tanta diferença na felicidade. Para eles, acima de US$ 75.000, o que realmente importa para a felicidade são coisas como relacionamentos, saúde e tempo de lazer, e o dinheiro deixa de ser o principal fator.
Falta de dinheiro é a principal causa de divórcios no Brasil
Um levantamento do MeuPatrocínio também investigou como a instabilidade financeira impacta a vida das pessoas, com foco nos relacionamentos amorosos. Com a participação de 2.400 usuários do site, sendo 1.200 Sugar Babies e 1.200 Sugar Daddies, o estudo revelou que 78% dos entrevistados acreditam que a segurança financeira tem um papel fundamental na qualidade e harmonia das relações, permitindo que o casal foque mais no lado emocional e no bem-estar compartilhado.
Além disso, 64% dos participantes afirmaram que a segurança financeira reduz significativamente os conflitos, especialmente os relacionados a questões financeiras, que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são uma das principais causas de divórcio no Brasil.
Análise de Killingsworth
O professor da Universidade da Pensilvânia, Matthew Killingsworth, publicou um artigo em 2021 que analisou a relação entre a renda e a felicidade. Para isso, ele usou uma técnica chamada amostragem de experiência em tempo real. Nela, 34.000 voluntários foram contatados várias vezes ao dia por seus smartphones e questionados sobre seus sentimentos e emoções naquele momento. Eles também informaram sobre sua renda e satisfação com a vida.
Com base em mais de 1,7 milhões de amostras, Killingsworth descobriu que rendas mais altas estavam fortemente ligadas a maior felicidade e satisfação com a vida. O estudo não encontrou um limite para a felicidade ou satisfação em torno de US$ 75.000, como sugerido pelo estudo de Daniel Kahneman e Angus Deaton. Na verdade, à medida que a renda aumentava, os sentimentos positivos se intensificavam e os negativos diminuíam.
“Resumindo, o estudo indica que, para a maioria das pessoas, não ter problemas financeiros está ligado a ser mais feliz, mostrando que estar financeiramente estável é fundamental para viver bem e se sentir realizado. Até porque, sem isso a vida da pessoa fica sempre sendo assombrada pelos pensamentos de dívidas, tornando muito difícil que ela consiga curtir momentos com paz e tranquilidade”, concluiu Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio.