ARACAJU/SE, 28 de novembro de 2024 , 7:52:49

logoajn1

Estudo mostra dados preocupantes sobre acidentes de trânsito em SE

O Código de Trânsito Brasileiro completou 18 anos em 2016. Desde que passou a vigorar, entre os dias 18 e 25 de setembro, ocorre a Semana Nacional de Trânsito. Aproveitando as ações referentes a ela, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através do Núcleo Estratégico (Nest), lançou o Informe sobre Acidentes de Trânsito em Sergipe, um estudo que retrata o cenário de mortalidade e morbidade causado pela violência nas vias urbanas e rurais envolvendo veículos.

 

O material traz uma abordagem geral sobre o assunto. Fica claro, por exemplo, que o estado de Sergipe, seguindo a tendência nacional nas últimas décadas, vem apresentando crescente e desordenada urbanização. Paralelamente, a economia ampliou o acesso ao crédito, melhorando o poder aquisitivo do cidadão que, paulatinamente, trocou o meio de transporte coletivo pelo individual. 

 

“Comparando o período de 2006 a 2015, observamos um aumento percentual de 145,75% no número de meios de transporte em geral. A partir de 2010, observa-se um declínio na frota de carro e um aumento de ciclomotores. Já a frota de ônibus se manteve praticamente a mesma nos 10 anos estudados, o que contribuiu, significativamente, para o número de mortes no trânsito”, diz o estudo, coordenado por Eliane Aparecida do Nascimento, do Nest/SES.

 

Frota por região

 

Porém, o mesmo trabalho revela que esta análise, quando realizada por Região de Saúde – são sete no total –, retrata resultados diferentes do Estado. “Na de Aracaju, por exemplo, houve uma variação percentual negativa de veículos (- 9,42). Em contrapartida a um incremento para ciclomotores (+45,44)”, informa.

 

Já na Região de Lagarto houve um decréscimo de -16,28 para veículos e um aumento percentual de 18,85 para os ciclomotores. Na Região de Saúde de Estância, para o mesmo período, ocorreu uma variação percentual positiva na proporção de ciclomotores x frota, de 19,47, com destaque para os municípios de Pedrinhas, Boquim e Tomar do Geru que, em 2015, apresentaram os ciclomotores como 64%, 61,18% e 60,69%, respectivamente, da frota total destes municípios.

 

“Em Nossa Senhora do Socorro, chamamos atenção para os municípios cujas variações percentuais positivas de ciclomotores foram superiores a 100: Rosário do Catete (+251,60), Japaratuba (+129,33), Pirambu (+120,43), Carmópolis (+112,67) e Santo Amaro das Brotas (+104,75)”, explicou Eliane, referente ao estudo.

 

Na Região de Saúde de Itabaiana ocorreu um movimento inverso às demais do Estado, apresentando uma variação percentual positiva no número de veículos entre 2006 e 2015 (12,97) e negativa para os ciclomotores (-1,97). “Este resultado foi produto do aumento proporcional da frota de veículos em nove dos 14 municípios da região, além da redução na frota de motocicletas em cinco cidades”, complementa a coordenadora do Nest/SES.

 

A Região de Saúde de Nossa Senhora da Glória apresentou variação percentual positiva para a frota veicular (0,92), ou seja, foi na contra mão da tendência nacional e sergipana. Para os ciclomotores, houve também uma tendência atípica, uma vez que Itabi e Nossa Senhora da Glória apresentaram um decréscimo percentual de -0,43 e -1,33, respectivamente, nas suas frotas de ciclomotores. 

 

Já Propriá retrata a tendência nacional e local para o aumento proporcional de ciclomotores e redução de veículos. “Em termos de Região, observa-se que a variação percentual em valores foi praticamente a mesmo, sendo um em queda e outro em ascendência”, analisa o estudo.

 

Por fim, a redução percentual do estado de Sergipe foi de -13,26 para veículos enquanto que para os ciclomotores houve um incremento de +32,65. 

 

Mortalidade

 

No intervalo dos anos em que o estudo foi realizado, nota-se que Sergipe apresentou aumento na taxa de mortalidade entre os anos de 2006 (18,74/ 100mil habitantes), atingindo seu ápice em 2013, cuja taxa de mortalidade foi de 29,65. O índice declinou em 2014 para 23,65 e voltou a se elevar em 2015, com dados preliminares que registram uma taxa de 24,52 para cada 100 mil habitantes. 

 

“Ampliando a discussão para as regiões de saúde, podemos observar que a taxa de mortalidade varia, e que a Região de Aracaju foi a única que apresentou redução percentual no período, com as menores taxas dentre as regiões”, complementa Eliane Nascimento, destacando que as regiões de saúde de Nossa Senhora da Glória e de Itabaiana foram as responsáveis pelas maiores taxas de mortalidade no período, disputando e alternando o primeiro lugar em mortes por acidentes de trânsito por 100 mil habitantes. 

 

A maior taxa demonstrada no período ocorreu em 2010, no município de Itaporanga d’Ajuda (65,73/ 100 mil hab). Laranjeiras apresentou uma linha decrescente a partir de 2011. A capital sergipana, Aracaju, mostrou as menores taxas, mesmo quando comparadas as da região e Estado, com variações percentuais negativas ano a ano e que resultou, entre os anos de 2010 e 2015, numa redução percentual de – 41,21.

 

Morbidade 

 

Quanto à morbidade, os dados utilizados no Informe foram os da porta de entrada do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), e retratam que o número de atendimentos vem aumentando ao passar dos anos. O estudo mostra que, quando o acidente é de carro, para cada pessoa do sexo feminino acidentada, há duas do sexo masculino. No caso de acidentes envolvendo ciclomotores, essa estatística aumenta para quatro homens. Outro importante dado revela que, em 2010, para cada vítima de acidente de carro havia 3,55 vítimas de acidentes de motocicletas, índice que aumentou para 6,80 vítimas em 2015.

 

Para a coordenadora do Nest/SES, o objetivo do Informe resume-se em contribuir com a conscientização da população sobre a necessidade da redução da violência no trânsito. “ A Campanha Nacional segue o compromisso assumido pelo Brasil para a “Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito (2011/2020)”, e envolve todos os estados no alerta sobre a responsabilidade ao volante, visto o grande número de acidentes graves que ocorrem tendo o condutor como principal responsável”, conclui Eliane Nascimento.

 

Fonte: Ascom SES

Você pode querer ler também