ARACAJU/SE, 22 de agosto de 2025 , 11:26:09

EUA admitem cassar visto até de quem já está no país

 

O Departamento de Estado americano anunciou nesta quinta-feira (21) que está revisando os registros de todos os mais de 55 milhões de estrangeiros com vistos válidos nos EUA, buscando possíveis violações que possam levar à revogação do visto ou à deportação. Segundo o departamento, todos os portadores de visto estão sujeitos a uma “verificação contínua” para identificar indícios de inelegibilidade ao documento.

Segundo a Associated Press, as autoridades procuram por indicadores de inelegibilidade, incluindo permanência fora do prazo de visto, atividade criminosa, ameaças à segurança pública, envolvimento em qualquer forma de atividade terrorista ou fornecimento de apoio a uma organização terrorista.

Se forem encontradas irregularidades, o visto será revogado e o titular, caso esteja nos Estados Unidos, poderá ser deportado.

“Revisamos todas as informações disponíveis como parte de nossa verificação, incluindo registros policiais ou de imigração ou qualquer outra informação que venha à tona após a emissão do visto indicando uma potencial inelegibilidade”, disse o departamento.

As autoridades, porém, reconhecem que essa checagem é extensa e pode levar bastante tempo para ser concluída.

Cerco à imigração

Desde janeiro, o governo de Donald Trump vem adotando várias medidas restritivas à imigração, com a deportação de migrantes em situação irregular e de portadores de vistos de intercâmbio, como estudantes e visitantes.

Na segunda-feira, o Departamento de Estado cancelou mais de 6 mil vistos de estudantes internacionais por violações da lei e permanência irregular no país,. Segundo o órgão, a maioria dos casos de revogação envolveu episódios de agressão, direção sob efeito de álcool, roubo e “apoio ao terrorismo”. Embora não tenha detalhado o que considera como “apoio ao terrorismo”, o governo já mirou estudantes que participaram da onda de protestos em defesa do Estado palestino nos campi no ano passado, classificando o comportamento como antissemita.

Neste ano, a Casa Branca já havia suspendido temporariamente o agendamento de entrevistas para vistos estudantis. Quando os atendimentos foram retomados, em junho, o governo passou a exigir que todos os candidatos tornassem públicas suas contas em redes sociais para verificação.

Solicitantes de visto para viver ou trabalhar nos Estados Unidos também passarão a ser avaliados quanto ao “antiamericanismo”, incluindo a verificação de suas redes sociais.

Além disso, o governo decidiu que tirar o visto para os Estados Unidos também ficará mais caro, com um custo de emissão de mais de R$ 2,3 mil.

Fonte: O Globo

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