O julgamento dos três ex-policiais rodoviários federais acusados de matar Genivaldo de Jesus Santos começa nesta terça-feira (26) e está previsto para durar seis dias. O crime ocorreu em 25 de maio de 2022, durante uma abordagem policial em Umbaúba (SE). Os réus Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia enfrentam acusações de tortura e homicídio triplamente qualificado.
O júri popular será realizado a partir das 8h, no Fórum Estadual da Comarca de Estância, e será presidido pelo juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal de Sergipe. O processo foi incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, criado pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
Cinco procuradores da República participarão do julgamento, incluindo três do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ/MPF), uma unidade nacional do Ministério Público Federal, convocada a pedido do procurador responsável pelo caso. Os procuradores Rômulo Almeida e Eunice Dantas, de Sergipe, estarão presentes, juntamente com Alfredo Carlos Gonzaga Falcão Júnior e Polireda Madaly Bezerra de Medeiros, de Pernambuco, e Henrique Hahn Martins de Menezes, de Santa Catarina.
Este é o primeiro Tribunal do Júri realizado pela Justiça Federal de Sergipe em 21 anos. O último ocorreu em outubro de 2003, quando um homem foi condenado por tentativa de homicídio contra um médico-perito do INSS, após ter um benefício negado.
O caso
Genivaldo foi morto em 25 de maio de 2022, após ser abordado pela PRF enquanto pilotava sua moto na BR-101. De acordo com os policiais, ele estava sem capacete. Quando questionado, Genivaldo teria tentado explicar que tomava medicamentos para distúrbios psiquiátricos, o que foi confirmado por seu sobrinho, Wallison de Jesus, que o acompanhava.
Ao chamarem reforços, os policiais iniciaram uma série de agressões. Genivaldo foi forçado a entrar no porta-malas da viatura da PRF, que estava emitindo intensa fumaça. A cena foi registrada por testemunhas. Através das frestas da porta traseira, mantida semiaberta, era possível ver as pernas de Genivaldo balançando desesperadamente, enquanto ele gritava. Quando ele parou de se debater, os policiais fecharam a porta traseira, entraram na viatura e deixaram o local.