Há 119 anos, ocorreu em Aracaju um dos episódios mais trágicos da história de Sergipe. Em meio a um tenso confronto político-ideológico, o jornalista, jurista e escritor Fausto de Aguiar Cardoso — então deputado federal — foi assassinado no centro da capital.
Natural de Divina Pastora, Fausto Cardoso insatisfeito com a política das oligarquias, liderava o grupo chamado de ‘Pebas’, formado por profissionais liberais, como médicos, advogados e pessoas de classes populares.
O grupo opositor de Fausto, chamado “Cabaus”, era liderado pelo padre Olímpio de Sousa Campos e era composto principalmente pela oligarquia da cana-de-açúcar — monarquistas, conservadores, religiosos e grandes proprietários rurais. Olímpio era senador da República, e seu irmão Guilherme de Campos ocupava o cargo de governador de Sergipe. O confronto teve início quando Guilherme decidiu enfrentar o grupo liderado por Fausto Cardoso.
Acompanhado de políticos, militares e de grupos populares, Fausto Cardoso ocupou o Palácio Provincial, atual Palácio-Museu Olímpio Campos, e destituiu o governo de Guilherme Campos. Segundo historiadores, Guilherme solicitou reforço ao irmão na segurança do palácio, e Olímpio Campos encaminhou o pedido ao Presidente da República. Ele foi atendido, e o contingente, ao chegar, ficou em frente ao palácio. Fausto resistiu e foi morto com um tiro de fuzil.
Cinco anos depois dessa tragédia, houve manifestação popular para erguer um monumento em homenagem a Fausto Cardoso. Inaugurado em 1912, foi esculpido pelo artista italiano Lourenço Petruci e constituiu o primeiro monumento público com estátua em Sergipe. Na base do monumento encontram-se os restos mortais de Fausto Cardoso.
Assassinato de Olímpio Campos
Em novembro de 1906, outro fato marcou a rivalidade entre Fausto Cardoso e Olímpio Campos.
Acreditando que o assassinato de Fausto foi motivado pelo pedido de Olímpio Campos, os filhos dele o assassinaram na Praça 15, no Rio de Janeiro.
*Com informações AAN