Da redação, AJN1
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen-SE), identificou a circulação, no estado de Sergipe, de sete variantes da Sars-CoV-2, causador da atual pandemia de covid-19, sendo uma delas não catalogada até então. A descoberta pode ajudar a compreender casos de reinfecção.
De acordo com o superintendente do Lacen, Dr. Cliomar Alves, a Fiocruz, a pedido do Lacen, analisou 67 amostras de pacientes sergipanos oriundos de 11 municípios. O procedimento foi realizado em materiais que apresentaram alta carga viral da doença. Na análise foi constatada a circulação de sete linhagens de coronavírus, das quais seis apresentam ampla circulação em vários estados.
Dentre as sete linhagens, uma foi descrita pela primeira vez no Brasil, a linhagem conhecida como B.1.1.251, que apresenta circulação comum em países como os Estados Unidos, Reino Unido, Peru e Colômbia. Segundo Cliomar, o Lacen já a registrou no Banco Mundial de Sequenciamento Genético do coronavírus.
A pessoa que da qual foi infectada pela B.1.1.251 no estado de Sergipe apresentou sintomas leves e já está recuperada.
Cliomar diz que não existem relatos científicos que indiquem diferenças na transmissibilidade ou letalidade dessa linhagem e que as ações de vigilância epidemiológica e laboratorial têm sido mantidas para uma maior compreensão desta descoberta.
Não são iguais
Cliomar reitera que essas variantes não são as mesmas que foram catalogadas em Manaus-AM, Reino Unido e África, as quais foram comprovadas que causam maior letalidade e maior infecção. “Por enquanto, não há registro de circulação aqui, o que não significa que elas não estejam circulando”.
E conclui: “Continuamos enviando amostras de pacientes com alta carga viral para a Fiocruz para fazer a análise de todas essas amostras para saber quais linhagens estão circulando e se essas linhagens podem levar a qual comportamento de agravamento aos pacientes”.