Os Estados Unidos se retiraram do conselho do fundo de danos climáticos da Organização das Nações Unidas (ONU), dedicado a ajudar nações pobres e vulneráveis a lidar com desastres provocados pelas mudanças climáticas. Essa é mais uma das medidas tomadas pelo governo do presidente Donald Trump para encerrar o apoio do país ao enfrentamento da crise do clima.
“Tanto o membro do conselho dos Estados Unidos quanto o membro suplente do conselho dos Estados Unidos deixarão os cargos e não serão substituídos por um representante dos EUA”, escreveu Rebecca Lawlor, representante dos EUA no conselho do fundo, em uma carta datada de 4 de março endereçada a Jean-Christophe Donnellier, copresidente do fundo, a que a Reuters teve acesso,
O fundo de danos climáticos, anunciado na COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023, é hospedado pelo Banco Mundial, cujo presidente é nomeado pelos Estados Unidos.
A carta não mencionou mudança no acordo de hospedagem e, também, não explicou se deixar o conselho implicaria em uma retirada total do fundo e nem se o país honrará a promessa que fez há dois anos de alocar nele US$ 17,5 milhões (aproximadamente R$ 101,3 milhões na cotação atual).
Em conversa com a Reuters, o ativista Harjeet Singh, diretor da organização sem fins lucrativos Satat Sampada Climate Foundation, disse que a retirada dos Estados Unidos do fundo não o isenta da sua responsabilidade de lidar com os danos climáticos.
“Como o maior emissor histórico, os Estados Unidos têm uma parcela significativa da culpa pelas adversidades climáticas que afetam populações vulneráveis em todo o mundo”, observou.
País também deixa iniciativa da Parceria para a Transição Energética Justa (JETP)
O governo Trump também abandonou a iniciativa da Parceria para a Transição Energética Justa (JETP), que os Estados Unidos ajudaram a lançar para apoiar vários países em desenvolvimento na transição do carvão para a energia limpa.
Na semana passada, os EUA escreveram cartas aos três países beneficiários – Indonésia, Vietnã e África do Sul – informando-os sobre sua decisão, informa reportagem do Climate Home News.
A Alemanha classificou a medida como “lamentável”. Mas Jochen Flasbarth, secretário de Estado de Desenvolvimento alemão, disse que seu governo está convencido de que o trabalho dos JETPs “pode ser continuado com sucesso”.
Essa iniciativa foi lançada em 2021, e ficou a cargo do International Partners Group (IPG) coalizão de países doadores e instituições financeiras que fornecem financiamento e outro suporte técnico ao acordo.
O grupo ambientalista 350.org disse que os EUA continuam moralmente obrigados a cumprir suas obrigações financeiras com os países em desenvolvimento. E acrescentou que a saída é “profundamente preocupante” para o futuro do planeta e das comunidades que lidam com o crescente caos climático.
Fonte: Um Só Planeta