Da redação, AJN1
O atraso no repasse de recursos por parte da Prefeitura de Aracaju, que superam R$ 2 milhões, levou o Hospital Filantrópico São José a suspender todas as cirurgias realizadas pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
De acordo com o coordenador-geral da unidade, Fúlvio Leite, desde julho que os repasses não são feitos. “Nós temos notas em aberto desde julho. Julho, agosto e setembro e, nós temos valores de encontro de contas a receber. Estamos falando de um valor superior a R$ 2 milhões. Isso invializa totalmente os serviços do hospital”.
Em média, por mês, o hospital realiza 260 procedimentos cirúrgicos em várias especialidades. Como 80% dos recursos para realização dos atendimentos vem do SUS, através do contrato com o Município de Aracaju, o atraso no repasse acaba impactando no funcionamento da unidade.
“Serviços que ainda estão em andamento, estão para paralisar a qualquer momento.Estou falando da urgência mental, que nós somos referência estadual; das enfermarias de clínica médica, e da prórpria Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que tem 15 leitos SUS”, ressaltou Fúlvio Leite.
O coordenador-geral da unidade informou que o hospital está com dívidas com vários serviços e vários grupos de médicos. “Se recebo parceladamente valores peguenos da Secretaria, no popular no conta gotas, o que vai acontecer, não vou ter valores para pagar o global de todos médicos. Vou ter que pagar aos poucos, isso causa uma insatisfação do profissional. Isso não resolve o problema, porque eu resolvo o problema de um serviço e não resolvo do outro. Se eu resolvo o problema do vascular e não resolvo do anestesista, a cirurgia não vai acontecer do mesmo jeito. Se eu resolvo o problema do urologista, mas não pago o fornecedor da protese, também não viabilizo essa cirurgia. Então, nós temos que receber esses valores cheios para podermos dá assistência à população”.
Em nota, a Secretaria da Saúde do Município de Aracaju informou, que não há atraso que justifique a suspensão de cirurgias eletivas por parte do hospital São José, e que o prazo que justificaria as paralisações ocorreria somente após 90 dias de atraso. Ainda segundo a nota, será iniciado o pagamento das faturas de agosto para os prestadores, como é o caso do Hospital São José.
