ARACAJU/SE, 14 de agosto de 2025 , 15:45:46

Incentivo e fomento à leitura democratiza acesso ao conhecimento

 

É com um livro que as pessoas de um local podem ter acesso à informação, educação e sua cultura. Em consonância com isso, o Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), mantém diversos projetos de incentivo e fomento à leitura. Antes dos livros chegarem às salas de aula e à comunidade escolar, existem diversas etapas: processo de pesquisa, escrita, revisão, edição e, por fim, a publicação.

Para a etapa da publicação, o estado conta com duas editoras, a Editora Diário Oficial de Sergipe (Edise), administrada pela Segrase, e a Editora Seduc, ligada à Secretaria de Estado da Educação e Cultura. O diretor-presidente da Segrase, Francisco Gualberto, afirmou que a Edise tem várias ramificações de atuação, uma delas é a publicação física de livros, podendo ter a versão digital também. “Gostamos muito da versão física, porque contempla um público específico. Normalmente são livros que retratam diferentes temas que são importantes para a vida do estado de Sergipe”, disse destacando a qualidade da impressão dos exemplares.

A editora Edise tem foco na publicação de livros de autores sergipanos, mas que não impede que pessoas de outros estados com algum vínculo e já estejam morando em Sergipe há um tempo, publiquem livros na editora.

Para publicar na Edise é necessário cumprir alguns requisitos: observar questões legais, em função dos direitos autorais; passar por uma comissão com pessoas especializadas para analisar tema e coesão textual; além de ter relevância para o estado. Com relação às publicações de 2023, Francisco Gualberto informou que a editora já publicou 11 títulos e com pluralidade de gêneros. “Já publicamos aqui este ano livros de poesia, biografias, crônicas, publicações acadêmicas/científicas, além de atender demandas de secretarias de estado”, revelou. Gualberto explicou ainda que as obras aprovadas pelo Conselho Editorial são sem custo para o autor.

Editora Seduc

Já o coordenador do Núcleo Gestor do Programa Editorial da Seduc, Sidiney Menezes Gerônimo, destacou que o programa editorial da Seduc surgiu em 2016 com a proposta de dar visibilidade ao que se produz na comunidade escolar. “O programa editorial foi desenhado a partir do diálogo com o conselho editorial, instituído pelo secretário de Estado da Educação e da Cultura”, disse. De 2016 para cá, durante a aula inaugural de cada ano, é lançado pela Seduc um edital amplo que tem uma diversidade de gêneros de trabalho e de público também. “Nós temos coleções de livros que são apresentadas para a comunidade escolar já na aula inaugural. As coleções vão do processo de alfabetização a coleções voltadas para a docência”, explicou a abrangência.

De acordo com o coordenador, a ideia é contemplar no edital publicações diversas que vão dos mais variados gêneros como do literário ao científico, sempre com o cuidado de tornar esse processo o mais democrático possível. “Nosso público majoritário são alunos, que só podem submeter obras sob a coordenação de um professor. Além deles, professores e gestores e público em geral, incluindo pesquisadores de todo o Brasil, desde que tenham estudado algum objeto de conhecimento da territorialidade sergipana”, explicou.

Após o lançamento do edital, a obra é submetida, por meio de formulários impessoais, à avaliação de mérito. A análise é realizada por professores e profissionais de gestão, todos com formação especializada, compondo assim, uma banca de pareceristas, profissionais da rede de ensino que são contratados para análise e julgamento do mérito de projetos inscritos nos editais lançados. “A ideia é contribuir para a formação dos alunos e propondo também, uma vivência com a escrita na escola”, opinou.

Epiphanio Dória

A Biblioteca Pública Epiphanio Dória, localizada em Aracaju, tem 175 anos de existência. De acordo com a diretora do espaço, Juciene de Jesus, ao longo desse tempo a biblioteca continua cumprindo sua função social de fomento à leitura, à informação e à cultura. Inicialmente, o espaço era situado em São Cristóvão e desde então é uma referência no estado. “A biblioteca é um equipamento cultural e atuamos a favor da política do livro, com ações de projeto e estímulo à leitura. Até setembro deste ano a gente recebeu 23.967 pessoas que circularam por esse prédio, que hoje tem uma visibilidade muito grande”, enalteceu.

Com um arquivo rico e um acervo de livros raros, Juciene informou que há na biblioteca cerca de 100 mil exemplares, sendo que uma média 10 mil são de autores sergipanos. “A biblioteca pública é um local de preservação do patrimônio intelectual e responsável pela salvaguarda da produção literária”, disse. Com espaço interativo, lúdico, acessível, o conteúdo transita pelo tradicional livro impresso e se espalha pelas redes sociais da Biblioteca Pública. “Esse trabalho de disseminação de informação é importante na democratização do livro e do saber. A biblioteca é uma instituição pública que atende todas as pessoas sem discriminação”, afirmou. O espaço conta ainda com uma área para os pequenos leitores. “Damos uma atenção especial à Biblioteca Infantil, porque nós sabemos que é lá que começa o prazer pela leitura e começa a formar nossos leitores.

Leitores

Além da possibilidade de poder pegar emprestado livros, a biblioteca oferece espaços para que visitantes possam usufruir o momento da leitura da melhor forma. Uma das frequentadoras assíduas do ambiente é a advogada Mariana Felizola. “Eu costumo frequentar pelas manhãs e pelas tardes. Eu venho para a biblioteca porque eu acho que é bastante estimulante ver outras pessoas que também estão pesquisando. Dá um gás diferente no estudo. Além disso, nos intervalos, aproveito para ir na sala de HQs (histórias em quadrinhos), que eu gosto muito”, revelou.

A estudante de biblioteconomia, Larissa de Jesus, veio da cidade de Lagarto para conhecer a quarta biblioteca mais antiga do país e explorar na prática a rotina de seu futuro ofício. “Eu amei tudo que encontrei aqui, estou realmente encantada. É muito difícil hoje em dia encontrar jovens que demonstrem interesse por livros e aqui eu encontrei”, falou entusiasmada. Também na biblioteca pela primeira vez, o estudante universitário, Jeferson Nunes, aproveitou para pedir emprestado dois livros na área de mitologia, sua preferência em termos de gênero. “Para mim está sendo uma experiência gratificante. Gostei muito das acomodações, do sistema de classificação e organização dos livros”, pontuou.

Fonte: Secom

Você pode querer ler também