ARACAJU/SE, 25 de setembro de 2025 , 17:05:59

Indústria do café projeta um aumento de até 15% no preço da bebida

 

Os cafés tradicional e extra-forte podem chegar a custar até quarenta reais nas proximas semanas, após um reajuste de 10% a 15% anunciado pela Associação Brasileira da Indústria de Café.

O reajuste ocorre após dois meses consecutivos de queda nos preços, apesar da inflação do café medida pelo IBGE ser de quase 40% no acumulado do ano.

O aumento reflete uma combinação de fatores, incluindo a baixa na colheita de café, impactada pelas mudanças climáticas, a aplicação do tarifaço de 50% dos Estados Unidos sobre o produto e os baixos estoques globais.

Diante desse cenário, as indústrias brasileiras reduziram os estoques ao mínimo para conter custos.

O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café, Celírio Inácio, afirmou que os supermercados já foram comunicados sobre o reajuste e que os novos preços devem aparecer nas prateleiras até o início de outubro: “Como o varejo só foi as compras agora a partir do dia 15, então a gente acredita que a partir da semana que vem ou no início do mês esses preços já estejam nas prateleiras com uns 10% ou 15%. Quando deve voltar a cair? Então, aí vai depender também da matéria-prima, né? A gente já teve um arrefecimento da matéria-prima nos últimos cinco, seis dias. Aí o que vai acontecer é se por um acaso esses preços da matéria-prima deram essa queda até os industriais irem às compras de novo, então eles ficam com o estoque mais barato e conseguem equilibrar isso. Ou, infelizmente, não, caso os preços da matéria-prima não favoreçam essas compras”.

Entre janeiro e agosto deste ano, as vendas de café acumularam queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela associação nesta quarta-feira (24).

A entidade alerta que os preços elevados continuam desafiando o consumo interno, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

O presidente da associação da indústria do café, Pavel Cardoso, destacou que a aproximação entre os dois países aumenta a expectativa do setor de que as tarifas sobre o café sejam diminuidas ou até zeradas pela Casa Branca: “e com essa animosidade, e se me permitam de maneira jocosa, a química entre os dois ter sido constatada no dia de ontem, a conferir o encontro que haverá entre os dois presidentes na próxima semana, mas isso revela como o café, é sensível em relação à inflação americana. Isso já é não apenas por esse aumento exponencial que houve nos últimos 12 meses, e que, computado a tarifa, traz um problema dramático para o consumo”.

Neste ano, o setor enfrentou forte elevação dos custos da matéria-prima, com café solúvel subindo mais de 50% no varejo em um ano e cafés tradicionais e extrafortes com altas próximas de 49%.

O consumidor também mudou de comportamento – deixou de estocar café e passou a comprar apenas quando o produto acabava.

Fonte: CBN

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