O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de dezembro registrou alta de 0,74% no mês, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). O indicador, conhecido como “inflação do aluguel”, surpreendeu negativamente ao subir mais do que o esperado.
No ano, porém, o indicador acumula queda de 3,18%.
A mediana das projeções das consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data apontava para uma alta de 0,65% em dezembro. Já o intervalo das previsões era de 0,52% a 0,84%.
Esse não é o primeiro mês que o indicador acelera em relação ao mês anterior. Em novembro, por exemplo, o índice registrou inflação de 0,59% após ter subido “apenas” 0,50% em outubro.
Mas afinal, o que isso significa para o meu bolso e para os meus investimentos?
Ao vir acima do esperado, o indicador acende um alerta nos investidores de que a inflação pode não estar tão controlada assim. E a alta dos preços não impacta apenas o consumidor na hora de fazer suas compras, mas também os investimentos.
Isso porque o momento atual é de queda da Selic, a taxa básica de juros. A trajetória de cortes se iniciou em agosto deste ano após o Banco Central concluir que o cenário era positivo para isso (ou seja, com inflação dentro do controle). Desde então, as quedas têm sido de 0,5 ponto percentual.
Para que haja um aumento na magnitude dos cortes (algo bem esperado pelo mercado), é preciso que o cenário esteja favorável para isso.
O Banco Central até vem mostrando uma disposição para continuar cortando os juros (e até mesmo, quem sabe, acelerar esse ritmo). Ontem, por exemplo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que gostaria de entregar os juros “no patamar mais baixo possível” em 2024. No entanto, caso a inflação dê sinais de descontrole, um sinal de alerta é aceso.
Além do IGP-M, nesta quinta-feira (28) o mercado também monitora os dados da “prévia da inflação”, como é chamado o IPCA-15. Caso o indicador venha dentro do esperado ou mesmo surpreenda com uma alta menor do que a prevista, o bom humor pode voltar a tomar conta dos investidores. Do contrário, é possível que um sinal vermelho se acenda e coloque um freio na euforia recente.
Fonte: Valor Investe