ARACAJU/SE, 29 de julho de 2025 , 21:39:30

Início do tarifaço se aproxima sem gestos concretos entre Lula e Trump

 

O Brasil se aproxima do início da entrada em vigor do tarifaço americano de 50% sem gestos concretos entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar.

A sobretaxação passa a valer a partir de sexta-feira (1º).

Nesta segunda-feira (28), o principal articulador do assunto, Geraldo Alckmin (PSB) – vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços –, negou ter tratado com Lula uma eventual ligação a Trump, por exemplo.

Dentro da comitiva de senadores brasileiros que estão em Washington D.C. tentando abrir um caminho de diálogo, há quem defenda que Lula ligue para Trump. Consideram que se chegou a um ponto em que não há muito mais a perder.

Ao mesmo tempo, há quem considere que um telefonema de Lula a Trump a essa altura seria uma espécie de gesto de desespero e não teria o efeito desejado. Pelo contrário, poderia colocar o Brasil numa posição de subserviência ao ver do governo americano.

No Planalto, o tom é de que o Brasil está aberto a negociar, mas sem abrir mão de qualquer ponto que possa ser visto como perda de soberania.

A três dias do fim do prazo para o tarifaço, o presidente Lula sancionou na segunda-feira (28) um programa que facilita a exportação de micro e pequenas empresas brasileiras.

Mais cedo, ele voltou a culpar a família Bolsonaro pela ameaça da taxação e cobrou mais abertura por parte dos Estados Unidos.

“Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que num mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência de lado e vamos resolver, e não de uma forma abrupta, individual de tomar a decisão que vai taxar o Brasil em 50%.”

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York para agendas de trabalho na ONU (Organização das Nações Unidas).

Vieira não descarta esticar a viagem a Washington se houver uma sinalização direta de que será recebido pelo alto escalão de Trump, o que ainda não aconteceu.

Enquanto isso, a previsão é que os senadores brasileiros se reúnam nesta terça-feira (29) com alguns parlamentares democratas e republicanos. A princípio, porém, não há encontro previsto com autoridades do governo Trump.

A avaliação é que a diplomacia parlamentar é importante para marcar presença e demonstrar interesse, além de alinhar discursos, mas qualquer resolução tem de passar por um entendimento entre os dois governos.

Fonte: CNN Brasil

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