Depois de uma extensa reunião entre advogados dos ex-funcionários do Grupo Bomfim, que foram demitidos há mais de um ano e ainda não receberam seus direitos trabalhistas, e também da empresa em questão, foi firmado um acordo entre as partes e o juiz Antônio Francisco de Andrade, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SE) determinou que as rescisões trabalhistas dos cerca de 1.500 ex-funcionários do Grupo deverão ser pagas em até 120 dias. Por causa do acerto, o leilão da Fazenda Boa Luz, empreendimento que pertence ao Grupo, que aconteceria hoje, 11, foi cancelado. As dívidas trabalhistas da empresa, hoje, estão em torno de R$ 80 milhões.
Para o advogado de parte dos ex-funcionários, Sérgio Andrade, o acordo foi mais vantajoso do que o leilão, já que haverá prazo para a quitação das dívidas. Ele explica que se a Fazenda fosse arrematada, sendo que o bem estava avaliado em R$ 35 milhões, com lance mínimo de R$ 10, 5 milhões, o dinheiro demoraria aproximadamente um ano para ser repassado, devido aos processos burocráticos.
“No acordo ficou estabelecido que haverá redução de 15% das dívidas e os ex-funcionários receberão 85% do valor bruto da rescisão em até 120 dias. O acordo foi melhor do que o leilão porque se a fazenda fosse arrematada, o dinheiro ainda demoraria para ser liberado e repassado. Então, os 1.500 reclamantes do processo que inclui ex-funcionários das empresas VCA, São Cristóvão, Cidade Histórica e São Pedro, que fazem parte do Grupo, deverão ter seus direitos trabalhistas pagos em breve”, disse.
Ainda de acordo com ele, caso o Grupo não faça o pagamento das rescisões no prazo dado pela Justiça, a redução dos 15% das dívidas trabalhistas, que foi estabelecida no acordo, será cancelada. “Hoje, segundo levantamento, a dívida gira em torno dos R$ 80 milhões e são pessoas que, de fato, precisam da sua rescisão. São chefes de família que saíram das empresas sem receber os seus direitos. Já que houve o acordo, e foi bom para os reclamantes do processo, esperamos que os ex-funcionários recebam suas rescisões, como foi acordado”, conclui o advogado Sérgio Andrade.
Relembre
O Grupo empresarial Bomfim, que possuía mais de 20 empresas, caiu em meados de 2014 por problemas financeiros e houve um acúmulo de dívidas trabalhistas. De lá para cá, os ex-funcionários do Grupo vêm lutando para receber suas rescisões, e, inclusive o TRT realizou leilões de bens do Bomfim para que as dívidas fossem sanadas.
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