O Estado de Sergipe — onde Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal na quarta-feira (25/05) — é a unidade da Federação com 3º maior índice de mortes por intervenção policial do país.
O Estado tem taxa de 8,5 mortes por intervenção policial por cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá (13) e de Goiás (8,9), segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicados no ano passado.
Os dados são de 2020 e incluem mortes causadas por policiais civis e militares do Estado — ações da PRF não estão na estatística.
Foram 196 pessoas mortas pela polícia em Sergipe em 2020, 44 delas em Aracaju — o que torna a capital sergipana o 19º município do Brasil com maior número de mortes por intervenção policial.
Segundo relatório sobre violência policial produzido pelo Fórum, o país atingiu em 2020 o maior número de mortes em decorrência de intervenções policiais desde que o indicador passou a ser monitorado pela entidade. Foram 6.416 vítimas fatais de intervenções de policiais civis e militares da ativa, em serviço ou fora, um crescimento de 190% em relação a 2013, primeiro ano de monitoramento.
“É urgente aperfeiçoar o controle da atividade policial, sobretudo no que se refere ao uso da força letal por parte de policiais”, escrevem Samira Bueno, David Marques e Dennis Pacheco, autores do estudo do Fórum de Segurança Pública. “Mecanismos tecnológicos, do sistema de justiça criminal (Judiciário e Ministério Público) e de controle social/comunitário, articulados, são fundamentais neste processo.”