Por Karla Pinheiro/CS
A coleta de lixo e limpeza da cidade de Aracaju está prejudicada desde o último sábado (24), com o inicio da greve dos agentes de limpeza. A categoria cobra da empresa Cavo o pagamento das horas extras, a regularização do plano de saúde, a entrega dos contra cheques e melhores condições de trabalho. Para garantir a limpeza pública, a justiça determinou que fosse mantido efetivo diário de 40% para varrição e coleta de lixo comum e 60% para coleta de lixo infectante.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública e Comercial de Sergipe (Sindelimp), os agentes estão mantendo o percentual mínimo determinado pela justiça, e que ontem (25) o serviço demorou a ter inicio porque a empresa não passou a escala para os trabalhadores que chegaram à garagem da empresa às 5h.
“Nós precisamos que a empresa passe a escala diária para podermos cumprir o efetivo, não vamos sair nem com 39% e nem com 41%, sairemos com os 40% que foi acertado. Os trabalhadores estavam na empresa no horário, o problema foi à empresa que demorou a passar a escala, quando na verdade quem passou foi a Emsurb”, conta Anderson Vidal, presidente de Sindicato.
A categoria não reclama de salário e sim dos benefícios. Anderson conta que “ninguém recebe as horas extras, os dependentes não são atendidos pelo plano de saúde, o contracheque só é entregue dias depois de receber o salário. Quem trabalha aos domingos nunca recebeu hora extra, tem as 50 equipes (12 pessoas cada equipe) que trabalhou no Forró Caju e ainda não recebeu as horas extras e isso foi combinado no acordo coletivo, tem a questão do plano de saúde que os dependentes são podem utilizar, inclusive alguns trabalhadores também não porque o colega que foi baleado durante o trabalho no dia 16 de maio está numa cadeira de rodas, a empresa não deu nenhum assistência e ele ainda está sem o plano que é direito dele, e vai acabar ficando sem andar definitivamente porque não faz fisioterapia. A água que fornecem aos agentes também é de péssima qualidade”, aponta.
Emsurb
A Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), através da assessoria de comunicação, explicou que a escala de serviços é passada aos agentes de limpeza diariamente pelo setor operacional da Emsurb e que com a greve não será diferente. “A necessidade dos serviços quem sabe é o setor operacional, então é este setor quem faz as escalas e distribui. Ontem a escala foi feita com 60% menos do efetivo, tivemos que ajustar a necessidade ao quantitativo para atender toda a cidade”, explica Cristina Rochadel.
Cavo
A empresa Cavo divulgou um nota apontando como “ irresponsável a atitude do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública e Comercial de Sergipe (Sindelimp), que deflagrou uma greve motivado por interesses alheios aos dos trabalhadores e da população, na qual espalha inverdades sobre a empresa”.
Ainda de acordo com a nota “a Cavo reitera que segue estritamente o determinado pelo acordo coletivo de trabalho da categoria, assinado pelo Sindelimp, e que o adicional de insalubridade está sendo pago nos percentuais acordados, assim como as horas extras. Os funcionários têm direito a assistência médica, por livre adesão, dentro das regras do acordo coletivo de trabalho assinado e aprovado pelo Sindicato da categoria, conforme consta da cláusula 14.O acordo coletivo não determina que o plano precisa ser extensivo aos dependentes, mas a Cavo deu este benefício aos seus funcionários. Quase 80% dos colaboradores aderiram ao plano”, explica.
A empresa informou que disponibilizou desde ontem a todos os funcionários um plantão de dúvidas na área de recursos humanos. Segundo a nota, todo funcionário que tiver dúvidas em relação ao seu contracheque, horas-extras ou qualquer outro assunto referente a seu contrato de trabalho poderá esclarecê-las, individualmente, na empresa.
A Cavo informou que se dispôs a conversar com o Sindicato desde a semana passada, dia 19 quando o Sindicato anunciou a greve, e que a pauta de reivindicação só chegou à empresa na terça-feira (20) a noite. “No dia 22 o Sindicato e a empresa se reuniram, e segundo a Cavo foi passado a categoria que já se cumpre todas as reivindicações e, que mesmo assim, se dispôs a continuar a dialogar até chegar a bom termo com o Sindelimp sobre todos os pontos”. Por fim, a Cavo informou que protocolou um requerimento no Mistério Público do Trabalho no qual solicita uma mesa redonda urgente para que o órgão atue como mediador na negociação com o Sindelimp e que o Sindicato também foi notificado para que suspenda a paralisação até que a mediação seja realizada.