O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse ao Valor Econômico que não há possibilidade de a proposta do Imposto de Renda (IR) ser retirada de tramitação, mas ressaltou que os excessos do projeto, como a série de regulamentações propostas pela Receita Federal, serão corrigidos.
“Tudo que a Receita colocou de regulamentação e resoluções ali vai sair, vamos tratar do que tem que tratar. Nossa função é resolver a questão da legislação com calma, transparência e paciência e não há possibilidade de recuo”, disse Lira. “Todos os exageros do projeto serão retirados”, completou.
Segundo o chefe da Câmara, na próxima semana já se poderá ter alguma ideia de texto do relator para que a sociedade e os diferentes agentes econômicos possam discutir com profundidade a questão. Lira reiterou a mensagem que deu por meio de rede social de que o tema só será votado quando estiver maduro e discutido com todas bancadas.
Desde que o governo enviou sua proposta de reforma do Imposto de Renda, o setor empresarial tem feito duros ataques ao projeto, alegando que há forte aumento de carga tributária e de complexidade no sistema. Esse movimento já alcançou o Congresso, com manifestações de diversos partidos contra a reforma nos termos em que foi apresentada.
Ontem, em reunião com empresários, Guedes deixou claro que não aceitará aumento de carga tributária e disse que vai avaliar possibilidade de fazer transição em algumas medidas polêmicas, como o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio e a taxação dos dividendos, e se mostrou aberto a discutir a retirada de medidas propostas pela Receita e que não estão no cerne da reforma.
O ministro, segundo apurou o Valor, também abriu o canal para analisar problemas setoriais, como o setor de construção, que estão sendo diretamente atingido.
Fonte: Valor Econômico
