A prática da fé e dos costumes do judaísmo em segredo, em razão do risco da perseguição católico-romana, é o tema que perpassa o livro “A perseguição inquisitorial e o criptojudaísmo: Estudo dos processos envolvendo o sargento-mor Diogo Vaz e seus familiares (1662-1673)” (174 pág.), publicado pela Editora UFS, de autoria de Priscilla da Silva Góes.
O livro tem como objeto de pesquisa a descrição e análise da inquisição no contexto de perseguição aos chamados “cristãos novos”, acusados de judaizastes no contexto da península Ibérica e no Brasil, também investiga o caso de perseguição ao sargento-mor Diogo Vaz Penalvo e à sua irmã, Ana Rodrigues, e outros membros de sua família.
A pesquisa teve como objetivos reconstruir os passos de membros de uma família presa pelo Santo Ofício e compará-los com outros casos já estudado, colaborando para o estudo de práticas religiosas que resistiram ao catolicismo no período colonial. Além disso, buscou encontrar nos relatos dos documentos registros de práticas religiosas consideradas desviantes da fé católico-romana.
Sargento Diogo Vaz
Tendo se apaixonado pelo tema da Inquisição, Priscilla foi apresentada por uma colega a um arquivo da Torre do Tombo, acervo português com a documentação do Brasil colonial, que tratava de Diogo Vaz, sargento-mor que atuou em Sergipe.
Denunciado como judeu praticante pela irmã, que já estava presa, Diego é enviado a Lisboa, e lá responde ao seu processo inquisitorial. “Tento destrinchar como foi a vivência dessa família”, explica Priscilla, que desenvolveu sua pesquisa no mestrado em Ciências da Religião na Universidade Federal de Sergipe.
Em seu trabalho, ela lidou com a documentação relativa a seis personagens dessa mesma família: o sargento Diego Vaz, sua irmã, seu cunhado, dois sobrinhos e um tio.
Disponível
A obra “A perseguição inquisitorial e o criptojudaísmo: Estudo dos processos envolvendo o sargento-mor Diogo Vaz e seus familiares (1662-1673)” está disponível gratuitamente para download na livraria da Editora UFS.
A autora
Priscilla da Silva Góes é mestra em “Ciências da Religião” pela UFS, possui especialização em “Educação e Patrimônio Cultural em Sergipe, é licenciada em História também pela UFS, e membro do grupo de pesquisa “Diáspora Atlântica dos Sefarditas” (GPDAS).
Fonte: Ascom UFS
