Da redação, AJN1
Denúncias anônimas nortearam equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil (PC), a encontrar uma mulher de 19 anos, acusada de matar o próprio filho minutos depois do parto. O corpo do bebê, do sexo feminino, foi encontrado por populares na manhã da última segunda-feira (20), num terreno baldio no conjunto Jardim, município de Nossa Senhora do Socorro, dentro de uma sacola plástica e com uma cueca amarrada à boca.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (24), a delegada Thereza Simony informou que a mulher, que não teve o nome divulgado para não comprometer a sua integridade física, confessou o crime, com riquezas de detalhes. “Chegamos nela por meio de denúncia anônima, de que uma criança foi deixada no local. Por meio disso, chegamos na sua residência e ela foi levada ao DHPP, onde foi ouvida e confessou tudo”.
No depoimento, a jovem conta que mantinha um relacionamento com um homem casado, não identificado, e, durante essa relação extraconjugal, engravidou em meados do mês de fevereiro deste ano. Sem saber o que fazer, sugeriu ao pai da criança o abroto, consentido de imediato por ele.
“Ela disse que ia abortar e ele deu o dinheiro para que ela o fizesse. Ele deu 90 reais e ela vendeu um celular. Em seguida, foi até uma determinada farmácia para comprar remédio abortivo e tomou junto com o medicamento uma ‘garrafada’, mas não surtiu efeito e continuou grávida”, reportou a delegada.
Em meio a atmosfera de rejeição, o parto da criança, que deveria ocorrer numa maternidade, aconteceu em casa, na madrugada de sábado (18) para domingo (19).
“A criança caiu no vaso sanitário. A mãe desmaiou e, quando acordou, tirou a criança do vaso. Segundo ela, a criança já estava fria e com espuma saindo pela boca, mas começou a chorar e abriu os olhos. Desesperada, a mãe foi até o fundo do quintal pegar uma peça íntima do pai, uma cueca, para amarrar na boca da criança, com o intuito de fazê-la parar de chorar. Em seguida, percebeu que a criança estava fria e não se mexia mais. Aí ela a colocou numa bolsa plástica. Depois deixou no fundo do quintal, sendo que, de domingo para segunda, a deixou num terreno baldio, no Parque dos Faróis”, disse a delegada.
A delegada Thereza Simony informou ainda que a acusada vai ser indiciada ou por infanticídio, isto é, por matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após, ou por homicídio.
O Instituo Médico Legal ainda não divulgou o laudo que vai indicar o que ocasionou a morte da criança.