ARACAJU/SE, 19 de setembro de 2025 , 19:44:06

Mais de 80% dos focos de dengue são encontrados dentro de residências habitadas

Da redação, AJN1
A quantidade de lixo e entulhos, acumulados nas residências habitadas em diversos bairros de Aracaju, é o fator mais determinante para a reprodução e proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya.
De acordo com o  último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado  entre 31 de agosto e 4 de setembro, o índice de infestação geral do mosquito foi de 1,4, considerado de médio risco para o aparecimento de surtos ou epidemias. Entretanto, em 88% das residências habitadas havia algum entulho ou objeto capaz de acumular água, condição favorável à reprodução do mosquito; em muitos casos, já havia larvas em franco desenvolvimento.
Neste sentido, a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju chama mais uma vez a atenção da população para uma maior conscientização, tornando-se crucial verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou até dentro de casa.
De acordo com o gerente de Programas de Controle do Mosquito Aedes aegypti, Jeferson Santana, o acúmulo de lixo ou entulho dentro das residências não se justifica, já que existe uma periodicidade na coleta pública de lixo em todos os bairros, além do auxílio do programa “Cata Treco”, caminhão que recolhe materiais que não têm mais serventia, ocupam espaço, acumulam sujeira nos quintais dos cidadãos e que, muitas vezes, são descartados irregularmente nas ruas, avenidas e terrenos baldios da cidade.
“Para se ter uma ideia, no último LiraA, encontramos focos em 88% dos imóveis domiciliares habitados. Isso não se justifica porque Aracaju tem uma coleta de lixo eficiente. Temos o Cata Treco e não justifica ter pequenos depósitos acumulados nos quintais. A gente viveu um período de chuva que se estendeu até recentemente, e esses depósitos acumulam água e, consequentemente, vão gerar mosquitos”, afirma com preocupação Jeferson Santana.
Segundo o LiraA, são três bairros com índice de infestação 3,7, considerado de médio risco: Japãozinho, Olaria e José Conrado Araújo. Em todos eles, havia, em diversas casas, depósitos com larvas ou como potencial criadouro do vetor .
Agir o quanto antes
A população é parte fundamental para evitar a reprodução e proliferação do mosquito Aedes aegypti. Nesse sentido, de acordo com Jeferson Santana, é importante verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa e, uma vez por semana, lavar com água, sabão e esfregar com escova os pequenos depósitos móveis, como vasilha de água do animal de estimação e vasos de plantas.
Além disso, orienta o gerente, é preciso descartar o lixo em local adequado, não acumular no quintal ou jogar em praças e terrenos baldios. Limpar as calhas, retirando as folhas que se acumulam.
“O que a gente pede nas nossas visitas é que as pessoas se conscientizem e façam o descarte correto desses materiais. É inconcebível ficar com uma cadeira plástica no quintal se ela não vai mais servir, exposta à chuva e ao tempo. O mosquito vai nesses lugares que estão acumulando água e vai fazer a desova. A gente pede que a população faça uso desses serviços. Nosso trabalho de conscientização é justamente em cima disso: verificar os quintais pelo menos uma vez por semana, eliminando todo e qualquer depósito que possa acumular água parada e limpa, onde o aedes procura para fazer desova. A população tem que estar atenta, cada um fazer sua parte, estar consciente do seu papel e executar essa ação. Boa parte da população sabe que não pode deixar água parada, mas precisa executar na prática”, conclama o gerente da SMS.

Você pode querer ler também