Da redação AJN1
Desde a última terça-feira (17), estudantes e membros de movimentos sociais ocupam o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Sergipe. Eles protestam contra a extinção do Ministério da Cultura (MinC), manobra do presidente em exercício, Michel Temer, para enxugar despesas. Os manifestantes afirmam que só sairão do local quando a decisão presidencial for suspensa.
Até o momento, há manifestantes nas sedes do Iphan em Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio Grande do Norte (RN), Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Maceió (AL), São Luís (MA) Porto Alegre (RS) e no Rio de Janeiro (RJ).
“Todos nós sabemos que extinção do MinC é um gigantesco retrocesso e o objetivo da nossa ocupação aqui no prédio é pressionar o atual governo para voltar atrás da medida”, explica Moisés Siqueira, representante do grupo.
Ainda segundo ele, há 12 edifícios do Iphan ocupados em todo o Brasil e o movimento está cada vez mais forte. “A pasta da Cultura recebe 0,38% de orçamento da União, o que já é muito pouco Temer acha que, com a extinção ou transferência do MinC terá economia. Fazer economia com um repasse que já é tão pequeno? O fim do Ministério enfraquece todo o sistema da cultura no país. É um absurdo. Só vamos sair daqui quando o presidente revogar a extinção do Ministério”, afirma.
Iphan
Procurada, a direção do Iphan em Sergipe não quis se manifestar. Em nota, a direção nacional do Instituto diz que em todos os locais, os dirigentes do Iphan vêm obtendo a cooperação dos manifestantes no sentido de permanecerem em áreas externas, preservarem os acessos e espaços públicos, em especial os tombados, e não afetarem o funcionamento e a segurança das unidades. Não há registro de incidentes ou interrupções das atividades do Iphan, que seguem normalmente.
“O Iphan é uma autarquia do Governo Federal que há 80 anos atua na preservação, valorização e promoção do Patrimônio Cultural Brasileiro. Entre os órgãos federais da Cultura é o que apresenta maior capilaridade, sendo, em muitos estados, a única representação oficial do Governo Federal ligada à Cultura. A instituição possui Superintendências em todos os Estados e no Distrito Federal, além de escritórios técnicos e casas do patrimônio em cidades do interior que possuem conjuntos tombados ou reconhecidos como Patrimônio da Humanidade pela Unesco” conclui a nota.