Após 23 dias em greve, os 400 médicos da rede municipal decidiram retomar as atividades. A decisão foi oficializada ontem (30), depois de assembleia com membros da categoria. De acordo com o presidente do Sindimed, João Augusto, a greve foi suspensa por tempo indeterminado e a expectativa dos profissionais é de que no próximo dia 16 de julho, quando irão se reunir com o secretário da Saúde de Aracaju, Luciano Paz, “haja, de fato, negociação por parte da Prefeitura”.
Segundo João Augusto, foi um recuo estratégico. "O prefeito João Alves já viu que os médicos estão mobilizados. A adesão a paralisação foi de quase 100% dos médicos concursados. 400 pararam as atividades e os outros 100 continuaram trabalhando integralmente nas Urgências”, revela.
O presidente do Sindimed afirma ainda que, caso a PMA não sinalize uma negociação futura, a greve pode retornar. "Não lançamos mão disso. O prefeito não cumpriu com o previsto no acordo coletivo e deu um reajuste de 5%. Porém, ele mesmo já disse que ia rever essa porcentagem. É o que esperamos”, reforça o líder sindical.
Ilegalidade e multa
A greve dos médicos foi iniciada no último dia 8 de junho. De lá pra cá, a categoria realizou diversos atos e, no dia 17, a Justiça de Sergipe, através de decisão do desembargador Osório de Araújo Ramos Filho e relator do processo, determinou a ilegalidade da greve. A multa diária em caso de descumprimento aplicada à categoria foi de R$ 5 mil, podendo chegar ao montante de R$ 100. O que não impediu que os profissionais continuassem a luta pelo reajuste salarial.
Contra os trabalhadores
Um dos pontos destacados pelo presidente do Sindicado dos Médicos durante entrevista ao Jornal Correio de Sergipe foi o suposto favorecimento da Justiça ao Governo Municipal. “Provamos que a Justiça é unilateral, já que o tratamento dado em favor do Governo prejudica aos trabalhadores. Quando o Governo pediu a ilegalidade da greve, a Justiça julgou rápido. Porém, já faz cinco dias que o Sindimed entrou com recurso e até o momento não foi julgado. Acredito que quando tiver a decisão plena do nosso recurso, vamos, efetivamente, voltar ou não com a greve”, explica João Augusto.
Ainda na ótica do sindicalista, até a presente data, não houve uma negociação efetiva por parte do prefeito João Alves. "A população estava sofrendo os transtornos por conta da paralisação dos médicos, assim como a nossa classe, que prossegue sem a atenção da PMA. Pretendemos que essa situação mude e que o processo avance”, espera.
SMS
Em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal da Saúde, a informação repassada foi de que é preciso aguardar a reunião do próximo dia 16, quando haverá a discussão sobre a pauta de reivindicação da categoria.
Foto: Sindimed