Da redação, AJN1
Os médicos do município de Aracaju decidiram, em assembleia realizada na manhã de hoje (8), encerrar a greve e retornar aos trabalhos amanhã (9), após 22 dias de braços cruzados. A deliberação pelo retorno se deve depois que Justiça acatou a ação ajuizada pela Procuradoria Geral do Município de Aracaju (PGM) e decretou a ilegalidade da paralisação, sob multa diária, em caso de desobediência, de R$20 mil.
A ação impetrada pela PGM se baseou nos prejuízos causados à população, que é usuária dos serviços públicos de saúde, com a paralisação dos profissionais.
A notificação da Justiça chegou ao Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) nesta quarta-feira. Por isso, a categoria decidiu se reunir em assembleia e aprovar o retorno, embora não acredite na sentença do desembargador em favor da Prefeitura.
Para o representante do Sindimed, Carlos Spina, a decisão da Justiça foi um erro, já que a categoria não teve a oportunidade de ser ouvida. De antemão, ele disse que vai recorrer.
“Nós fizemos ama assembleia hoje, após sermos notificados pela Justiça da ilegalidade da greve. Durante a assembleia, foi deliberada a volta ao trabalho de toda a categoria a partir de amanhã. A gente tem percebido a atitude de nosso prefeito de desrespeitar a nossa categoria e não valorizar os servidores da Prefeitura. Ele tem tido um silêncio total com relação às nossas propostas. Sobre a decisão judicial, vamos fazer uma avaliação e defesa. A prefeitura induziu a Justiça ao erro. Vamos provar ao desembargador que ele não julgou, porque nem sequer ouviu a gente antecipadamente e decidiu em um padrão inadequado”, afirma, pestanejando, Spina.
Ainda de acordo com ele, a categoria estava aguardando a contraproposta da Prefeitura e isso não aconteceu. “Foi prometido que ocorreria até o dia 31 de maio e não aconteceu. Hoje pela manhã, tivemos uma esdrúxula decisão de impedir os médicos de adentrarem a Prefeitura. A gente não acredita nas promessas, mas vamos aguardar na sexta-feira (10), a Secretaria Municipal de Saúde se reunir com a categoria e propor a contraproposta”, disse o sindicalista.
Entendimento constante
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) diz que "como já fora explicitado pela própria gestão municipal, as tentativas de entendimento com a classe médica tem sido uma constante. Com várias reivindicações, inclusive, tendo sido atendidas ao longo dos últimos três anos. Contudo, a cada avanço, novos fatos são apresentados pelo Sindicato da categoria, não levando em consideração muitas vezes, a grave crise econômica que o país atravessa".