O Meeting Paralímpico, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, avança para mais uma capital brasileira e chega à Aracaju neste sábado, 17. Com 217 esportistas inscritos, a capital sergipana será palco de disputas de halterofilismo, atletismo e natação, que acontecem na Universidade Tiradentes e as disputas valem para o alto rendimento e também para Seletivas Estaduais das Paralimpíadas Escolares e Paralimpíadas Universitárias.
Nascida em Aracaju, a nadadora Júlia Souza Rodrigues da Cruz, de apenas 12 anos, já coleciona mais medalhas do que anos de vida: são 25 ao todo. Competitiva, Júlia já participou de eventos esportivos como os Jogos da Primavera (promovidos pela Secretaria de Estado do Esporte e Lazer do Estado de Sergipe) e os próprios Meetings Paralímpicos, passando por Belém, São Paulo e Aracaju. A sergipana tem hipoplasia e pé torto congênito e nada na classe S10 (limitações físico-motoras).
A mãe da atleta, Gidenilde Souza, foi a responsável por introduzir o paradesporto na vida da filha, mostrando a ela o badminton, mas a modalidade não despertou seu interesse. Quem fez os olhos de Júlia brilharem foi seu médico, ao apresentar à Júlia as gêmeas da natação, Maria Verônica Valentim e Maria Victória Valentim, sergipanas que competem na categoria S6 (limitações físico-motoras) e que também já conquistaram diversas medalhas.
Júlia conta como se sente desafiada ao participar das provas: “Para mim, competir assim é extraordinário, porque eu chego onde não imaginei que eu estaria naquele momento. E eu estou lá, eu consegui chegar até lá. Então, para mim, competir é o máximo.”
Ela também destaca a sensação de estar dentro da piscina e sobre automotivação. “Quando estou nadando na piscina minha mente fala ‘não desista, mesmo que eu esteja cansada, faltando o ar aqui, não desista, vá em frente, você não pode parar’. Eu fico me incentivando a chegar até o final, até em provas mais difíceis.”
Aracaju é a segunda capital a ter competições de halterofilismo no Meeting Paralímpico neste ano e receberá 32 atletas da modalidade. Um destes competidores é o baiano Evânio Rodrigues da Silva, classe até 88kg, que conquistou uma medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016.
O halterofilista, que fará sua primeira competição do ano no sábado, diz que a expectativa para a competição é das melhores e que ela serve como preparação para obter uma vaga no mundial. O Mundial de halterofilismo deste ano será realizado em Cairo, no Egito, de 11 a 18 de outubro. Em 2019, Evânio conquistou a prata por equipe no Mundial da modalidade no Cazaquistão.
Com 116 esportistas inscritos em provas de atletismo, o Meeting Paralímpico de Aracaju se prepara para receber atletas iniciantes e experientes. A baiana Samira Brito, da classe T36 (paralisados cerebrais), é uma das atletas de alto rendimento que estarão presentes na capital sergipana. Samira, que participou no último mês do Circuito Paralímpico – etapa internacional, busca retomar a sua melhor forma após se recuperar de uma lesão e alcançar resultados que a ajudem a conquistar uma vaga para o Mundial de atletismo, que acontece de 27 de setembro a 5 de outubro em Nova Déli, na Índia. A atleta, afetada pela falta de oxigênio ao nascer, teve paralisia cerebral constatada aos nove anos, o que compromete os movimentos dos membros, além da fala e audição.
