ARACAJU/SE, 7 de setembro de 2024 , 20:24:25

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Mercado do gás em Sergipe traz oportunidades para pequenos e grandes negócios

 

Com ampla programação, a terceira edição do ‘Sergipe Oil & Gas’ teve início nesta quarta-feira (24). Durante o primeiro dia de evento, players do setor energético debateram temas que permeiam o mercado do gás. Alguns dos assuntos foram a regulação do gás, a flexibilidade da molécula encontrada em Sergipe, as oportunidades geradas com a conexão do gasoduto de Sergipe à malha nacional, as possibilidades de negócios em campos inativos e ainda tecnologias para identificação de campos potenciais. O evento segue até esta sexta-feira (26), no Centro de Convenções AM Malls, em Aracaju.

O primeiro painel da tarde abordou os ‘Desafios e oportunidades no Mercado de Gás Natural em Sergipe’, sob moderação do diretor executivo na Agência epBR, Felipe Maciel. A diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, falou sobre as finalidades da agência de promover a regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas do setor.

“Há alguns anos, o Brasil era majoritariamente importador. Mas, mudamos esse cenário. Atualmente, temos uma grande diversidade de suprimentos no país e a nossa capacidade de regular é muito importante para promover a livre concorrência e aumentar os aspectos de monetização. A regulação do gás em Sergipe tem sido importante para criar um ambiente de previsibilidade para a atração de investimentos. O estado de Sergipe é um grande exemplo a ser seguido pelo país”, afirmou a diretora da ANP.

As oportunidades de negócios em pequenos poços que passaram por desinvestimentos da Petrobras foram abordadas pelo engenheiro de petróleo e CEO do Grupo Ubuntu, Caetano Machado. “Deve haver cerca de 30 mil poços em desinvestimento. Tem poços em terra que produzem mil barris, mas outros produzem um ou dois e estes também são interessantes. Os poços do nosso grupo produzem em média cinco a seis barris por dia. Temos uma concessão em Sergipe, no campo chamado Dó-Re-Mi, com somente um poço, que é propenso a produzir 10 mil m³ de gás por dia, e isso já é o suficiente para atender cinco postos de gasolina”.

Transporte

O gerente comercial da Eneva, Brian Van Kregten, destacou diferentes tipos de gás que podem ser transportados para clientes através do gasoduto que conectará o Terminal de Armazenamento e Regaseificação de GNL e Complexo Termelétrico da Eneva, na Barra dos Coqueiros, à malha nacional da Transportadora Associada de Gás (TAG). O terminal será bidirecional, ou seja, permitirá tanto a saída de suprimentos da Eneva para a malha quanto a entrada de gás natural vindo do sistema.

“A partir da instalação da conexão, estaremos ligados a toda malha de gasodutos, conseguindo fornecer gás para todo o Brasil. Temos três produtos: um produto firme, um gás flexível, e um mix dos dois para melhorar a carteira de oferta e consumo. Pretendemos atender especialmente aos clientes que precisam de flexibilidade e querem contratar um volume menor ou precisam por um dia ou uma semana. Será um gás competitivo, que busca atender ao mercado brasileiro”, destacou o representante da Eneva.

A perspectiva de abertura a novos negócios por meio do gasoduto interligado à malha nacional é reforçada pelo diretor na TAG, Ovídio Quintana. “Caiu na rede, é peixe! Conectou no transporte, é energia! O gás conectado na rede de transporte viabiliza a formação de hubs de comercialização. O gás natural é um aliado da descarbonização, mas, para tudo isso, esse gás tem que estar disponível. Nosso papel será como um tipo de ‘internet’ do gás, conectando todas essas fontes e garantindo que os usuários possam ter acesso”.

O superintendente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Marcos Frederico, também participou do debate. A EPE tem por finalidade prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia (MME) na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, cobrindo energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e biocombustíveis. “Entre planejar e realizar é um caminho longo, mas que precisa ser feito em segurança”, salientou.

Tecnologia

O segundo painel teve como tema a ‘Atividade exploratória em Sergipe’, sob a moderação do geólogo de petróleo Antônio Garcia, que apontou a importância das pesquisas e estudos acadêmicos para a identificação e exploração. “A tecnologia está intimamente envolvida na perspectiva exploratória, para a descoberta e melhoria da produção. Esse é também o papel que pretendemos conduzir na Universidade Federal de Sergipe (UFS), tentando construir inteligências dentro da academia que possam nos ajudar”.

Exemplo dessa tecnologia são os chamados ‘algoritmos de identificação’, que, por meio do cruzamento de dados, ajudam a identificar potenciais campos com interpretações em profundidade, como destacou o presidente da Elysian Petroleum, Ernani Machado. “Estamos desenvolvendo tecnologias para fazer uma análise visual de campos de petróleo, podendo levantar algumas informações como tipos de rochas e o que há no subsolo até uma certa camada de profundidade. Temos a felicidade de contar com cientistas das universidades federais do Brasil, gerando conhecimentos para nos basearmos”.

A tecnologia pode ajudar a tornar o gás mais acessível, defendeu o gerente de Vendas e Comercial Brasil na SLB, Alejandro Scheffler. “Oferecemos serviços petroleiros e a tecnologia é a nossa paixão. Desenvolvemos tecnologia para ajudar nossos clientes, ou seja, criamos tecnologia que permite acesso à energia para o benefício de todos”.

SOG 2024

A terceira edição do ‘Sergipe Oil & Gas’ (SOG) conta com o apoio do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). O evento é organizado pelas empresas BrainMarket, Eolus e Austral e busca reunir agentes públicos e privados para discutir as potencialidades do setor de petróleo e gás no estado.

Pela primeira vez, o SOG traz uma ampla estrutura de feira, com cerca de 50 estandes de empresas, que atuam ou pretendem atuar em Sergipe. Além disso, o evento também conta com rodadas de negócios, visitas técnicas, painéis, sessões técnicas e arenas Comercial, ESG e de Inovação, entre outras atividades de networking. Na programação, haverá também o Energy Legal Talk, evento paralelo promovido pela Revista Advogados, que busca discutir o futuro energético do país.

Mais informações sobre inscrições e programação completa podem ser acessadas em: sergipeoilgas.com.br

Fonte: Secom

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