Da redação, Joangelo Custódio
O bloco de rua mais tradicional de Aracaju, o “Rasgadinho”, será realizado de 22 a 25 de fevereiro e promete aos foliões muita animação.
Conhecido como “carnaval da família”, por atrair pessoas de todas as idades, este ano o evento não terá o glamour dos carnavais de outrora, a exemplo dos que ocorreram no período de 2004 a 2018, quando havia palcos fixos, bandas renomadas e patrocínios de alto nível.
A festa, que já se descortina neste fim de semana, tem a expectativa de atrair cerca de 60 a 70 mil pessoas por dia e será parecida com a que ocorreu em 2019: haverá apenas cortejos puxados por dois trios elétricos pelas ruas dos bairros Cirurgia e Suíssa, num percurso de aproximadamente quatro quilômetros, mas com a alegria e descontração de sempre, como explicou ao AJN1 um dos organizadores do evento, o ex-deputado estadual Robson Viana.
“São quatro quilômetros de percurso. O Rasgadinho iniciou em 2004, com a nossa administração, com um carro de som e apenas 50 pessoas. A gente já chegou a colocar nas ruas cerca de 100 mil pessoas. Claro que hoje o Rasgadinho tem outro formato. Antes eram palcos fixos e cortejos, como ocorreu até 2018, agora só são os circuitos, mas com a animação de sempre”, afirma ele, ao acrescentar que este ano a animação fica por conta de bandas genuinamente sergipanas e também haverá grupos de frevo no chão, junto à multidão.
Percurso
De acordo com Robson, a concentração do cortejo será no cruzamento da rua Maruim e avenida Pedro Calazans, a partir das 14h, seguindo para as ruas Estância, Gararu, avenida Edézio Vieira de Melo, fazendo o retorno pela avenida Hermes Fontes e encerrando na Praça da Bandeira. “Este será o roteiro de sábado até terça-feira de carnaval, sendo que o cortejo começa sempre às 16h”, frisa.
Economia e turismo
Robson enche os olhos ao falar que o Rasgadinho tem alavancado o turismo e fomentado o comércio de Aracaju nos últimos anos.
“Acaba girando a economia e o comércio em vários setores. A gente vê a questão das fantasias, rede hoteleira, o turismo. Todo o ano a gente faz o apanhado desses impactos positivos e a gente vê as pessoas do comércio, taxistas, gerentes de hotéis sempre elogiando muito. O comerciante, o catador, todos saem ganhando”, destaca ele, ao lembrar do apoio logístico do Governo do Estado e da Prefeitura de Aracaju.
Novidade
Robson conta com exclusividade ao AJN1 que no ano que vem o Rasgadinho terá novidades. “A tendência, a cada ano, é aumentar a quantidade de trios, até porque a gente dá mais oportunidade ao artista sergipano. E a grande novidade para 2021 é que vamos começar o carnaval pela manhã, das 10h às 22h, investindo mais no circuito”, revela.
Nesta sexta-feira (21), os organizadores do Rasgadinho concederão entrevista coletiva à imprensa para explicar como a festa será realizada.
Quando tudo iniciou
O Rasgadinho começou em 1962, fruto da brincadeira de um grupo de amigos, que tinha dentre os líderes Leopoldo Santos. Eles se reuniam vestidos em trajes rasgados – dando origem ao nome do então bloco – e com charangas, batuques, marchinhas, muito confete e serpentina faziam a alegria das comunidades dos bairros Suíssa, Cirurgia e Getúlio Vargas, trajeto que era percorrido até chegarem ao Centro Comercial da cidade, onde se juntavam a outras manifestações de grupos da época.
Mas essa animação ficou esquecida por alguns anos, até que em 2003, o então líder comunitário Robson Viana decidiu resgatar a tradição, e ano após ano, fez com que o Rasgadinho ganhasse corpo, fôlego e robustez, passando a ser uma das maiores festas populares de rua do Brasil e referência no Nordeste do país.
Programação
