Da redação, AJN1
Há uma semana, o governador Belivaldo Chagas instituiu a Bandeira Verde do Plano de Retomada da Economia, liberando a retomada de boa parte de setores da atividade econômica do Estado, como bares, academias de ginásticas e espaços públicos, a exemplo de praias e parques, seguindo regras específicas para evitar aglomerações.
Na avaliação de especialistas, mesmo que o Estado tenha atingido, nas últimas semanas, uma posição mais confortável no combate à pandemia do coronavírus, com a redução de internamentos e óbitos, as autoridades sanitárias reforçam a necessidade de continuar com os protocolos de segurança, seja em espaços fechados ou abertos.
O vírus é transmitido por gotículas suspensas no ar, por isso os cuidados permanecem os mesmos do período em que se registrava mais casos diários. “Em relação à locais abertos, como praias e praças, a transmissão do vírus é bem menor, desde que as pessoas não estejam muito próximas. O ideal é que, mesmo com esse risco minimizado, as pessoas evitem aglomerações, buscando estar em espaços mais afastados. O uso de máscaras e a higienização das mãos de forma constante também são medidas fundamentais”, explica a infectologista Fabrízia Tavares.
No caso dos ambientes privados, como bancos, bares, restaurantes, entre outros, antes de decidir por consumir ou buscar um serviço, uma análise deve ser feita. “Na hora de optar por um estabelecimento é interessante que se observe se há disponível álcool em gel ou uma pia de fácil acesso para que os clientes lavem as mãos. Além disso, estar atento se as mesas estão respeitando o distanciamento indicado, no mínimo dois metros. Ao encontrar um conhecido, ainda é preciso evitar os cumprimentos mais calorosos, como abraços e beijos”, reforça Fabrízia.
As medidas, que vêm sendo disseminadas desde o início da pandemia, inclusive como orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), precisam fazer parte de um compromisso de cada um com a comunidade, de maneira que se evite a perda de ainda mais vidas.
“Cada um de nós precisa atender a essas recomendações para que a gente possa manter esse perfil da curva de contágio, com a configuração de estabilização e ligeira queda. É uma questão de consciência e mudança de comportamento”, ressalta a epidemiologista.
Para Fabrízia, a estabilização dos números é algo, sim, positivo, mas, com a retomada gradual da economia, as pessoas estão com a falsa sensação de que tudo voltou ao normal. “Ainda estamos receosos com a sobrecarga do sistema de saúde porque, nessa retomada da economia e do retorno de muitas pessoas às suas atividades, precisamos ter consciência de que devemos ter uma mudança de postura, de pensamento, de cultura”, recomenda.
Recomendações
A infectologista reforça que é imprescindível que haja a mudança de postura em relação ao conhecimento da importância da higiene e da etiqueta respiratória, do uso constante da máscara, do distanciamento de, pelo menos, um metro e meio entre as pessoas, até mesmo no ambiente de trabalho.
“Precisamos ter o entendimento de que não estamos voltando ao nosso antigo normal, como temos ouvido falar, mas ao novo normal, que é essa mudança de postura e de entendimento de que essas medidas de prevenção, de higiene, de distanciamento, de cautela vão perdurar ainda por muito tempo. Portanto, ainda é preciso cuidado com os grupos de risco, não sair de casa desnecessariamente. Isso tudo continua”, enfatiza Fabrízia.
E continua: “Vemos pessoas indo à praia, passeando pelos calçadões da cidade, inclusive, levando idosos e crianças como se tudo estivesse tranquilo e a pandemia já estivesse acabado. Se não mantivermos as medidas de prevenção, teremos, novamente, o aumento do número de novos casos, de óbitos e sobrecarga do sistema de saúde, iremos retornar às medidas mais restritivas. Portanto, que as pessoas saibam compreender essa flexibilização da economia e que façam uso com inteligência e, sobretudo, prudência”, frisa a infectologista ao acrescentar alguns cuidados, além dos já reforçados.
“Não tocar em superfícies de locais onde há grande fluxo de pessoas, se estiver doente, não sair de casa, mesmo que seja um dor de garganta, um espirro. O distanciamento social ainda é a melhor forma de prevenção”, conclui.