No dia 13 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Trombose, data criada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) para alertar a população sobre uma das doenças mais subestimadas da atualidade.
A trombose ocorre quando um coágulo sanguíneo se forma de maneira inadequada dentro das veias ou artérias, dificultando ou bloqueando a circulação. Em muitos casos, esses coágulos podem se deslocar e atingir órgãos importantes, provocando complicações graves como a obstrução dos pulmões, que pode ser fatal. Estima-se que, em todo o mundo, a trombose esteja relacionada a uma em cada quatro mortes, um número que impressiona e reforça a urgência da conscientização.
O que pode causar trombose e sinais para ficar atento
A trombose nas veias profundas é a forma mais comum da doença, ocorrendo geralmente nas pernas. Os principais sintomas são inchaço, dor, sensação de calor e mudança na cor da pele do membro afetado. No entanto, muitos casos evoluem de forma silenciosa, sem sinais evidentes, o que torna o diagnóstico precoce mais difícil.
Entre os fatores de risco estão períodos prolongados sem se movimentar (como em viagens longas ou internações), cirurgias recentes, uso de anticoncepcionais, gravidez, excesso de peso, cigarro e histórico familiar da doença. Pessoas com câncer e aquelas que tiveram Covid-19 também têm risco aumentado, pois inflamações intensas favorecem a formação de coágulos.
Segundo dados da ISTH, a trombose mata mais pessoas anualmente do que a soma dos casos de câncer de mama, de próstata, HIV/Aids e acidentes de trânsito. No Brasil, estima-se que cerca de 180 mil novos casos aconteçam todos os anos, número que pode estar subestimado devido à falta de diagnóstico em regiões com menor acesso à saúde. Apesar da gravidade, muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas com medidas simples de prevenção e informação de qualidade.
Como prevenir e tratar: informação é essencial
A prevenção da trombose envolve hábitos saudáveis e atitudes práticas no dia a dia. Manter-se em movimento, evitar ficar muito tempo sentado ou em pé, beber líquidos regularmente e controlar fatores de risco como excesso de peso, fumo e sedentarismo são fundamentais.
Em situações específicas — como após cirurgias, voos longos ou pacientes acamados — o uso de meias de compressão e, em alguns casos, medicação para evitar a formação de coágulos deve ser orientado por um médico.
Quando diagnosticada cedo, a trombose pode ser tratada com medicamentos que impedem o aumento do coágulo e reduzem o risco de problemas mais graves. O acompanhamento médico regular é indispensável para ajustar doses e monitorar possíveis efeitos colaterais. Nos casos avançados, quando atinge o pulmão, torna-se uma emergência médica que exige atendimento imediato.
O Dia Mundial da Trombose é um lembrete de que a informação salva vidas. Reconhecer os fatores de risco, valorizar os sinais de alerta e adotar simples medidas preventivas são atitudes que fazem toda a diferença. Com atenção e cuidados adequados, a trombose pode ser evitada e tratada de forma eficaz, preservando a saúde e a vida de milhões de pessoas.
*Texto escrito pela cirurgiã vascular Andréa Klepacz (CRM/SP 128.575 | RQE 51419), membro da Brazil Health
Fonte: CNN Brasil