Da redação, AJN1
A missa da Esperança ou de 7º dia em memória do porteiro do CCPA Carivaldo Alves Santos, 61, o “Seu Cari”, como era carinhosamente chamado, foi celebrada na noite de ontem (31) na sede do colégio, no bairro Grageru, em Aracaju, pelo padre Marcelo Conceição, da Paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, do conjunto Orlando Dantas. A cerimônia presencial, que seguiu as normas sanitárias contra a covid-19, foi restrita aos familiares, direção e alguns funcionários da escola, mas de forma virtual reuniu amigos, pais, alunos e ex-alunos através da transmissão pelo canal do CCPA no YouTube.
Durante a celebração, o padre Marcelo Conceição lembrou um pouco do que Carivaldo representava para o colégio. “Tenho certeza que Carivaldo nos quase 40 anos aqui, ele formou o coração de muitas pessoas, formou o coração de muitos a cerca da gentileza, do sorriso bem largo, expansivo, capaz de derrubar qualquer outro comportamento que não fosse o comportamento permeado pelo bom humor”.
O padre destacou ainda que Carivaldo tornou-se uma presença que agregou o amor na vida das pessoas. Ele ainda fez uma referência ao sorriso espontâneo, que era uma das marcas de “Seu Cari”. “Lembrei de Santo Agostinho quando dizia sobre o sorriso. ‘Meu sorriso não é meu. Meu sorriso é do outro. Por isso não tenho sequer um dia o direito de não dá-lo para o outro’. Talvez entendeu bem Carivaldo a cerca do sorriso o que Santo Agostinho fala do mesmo”.
Ao final da missa, bastante emocionada, a diretora do CCPA, Roberta Monteiro Alves, fez uma homenagem a Carivaldo, a quem tinha não apenas como um amigo, mas como um irmão. “Em 13 de setembro de 1982, há quase 39 anos, meu pai contratou Carivaldo como servente de pedreiro na construção do CCPA. Depois, sabendo que escola não é feita de paredes, mas sim de seres humanos, meu pai o tornou porteiro. Com seu sorriso largo e constante, ele logo assumiu a cara do CCPA e cumpriu muito bem esse papel. Quebrava o galho dos alunos que chegavam atrasados, lembrava-se do nome de todos, mesmo muito tempo depois que eles já estivessem deixado o CCPA. Em quase 40 anos de convivência, nunca o vi demonstrar mau humor, tristeza ou reclamar da vida. Parecia até que não tinha problemas. As vezes achamos que os grandes homens são aqueles que fazem obras faraônicas ou lideram exércitos, mas Cari esteve conosco para mudar conceitos e ampliar visões. Com pouca escolaridade, na portaria da escola, em poucos segundos ele nos deixava sua mensagem diária, que um sorriso sincero, um olhar atento e um bom dia cheio de otimismo, aquecem o coração, abraçam e transmitem o puro amor.
E foi muito bom ver todo esse sentimento ser retribuído com tanta intensidade. Assim que você ficou doente, uma linda corrente do bem se formou, somando alunos, ex-alunos, pais de alunos, colegas de trabalho, amigos, família, numa verdadeira força tarefa para que você soubesse o quanto era amado. É Cari, nesta escola você foi um grande professor, mas você não era desse mundo, veio apenas nos iluminar e ensinar, cumpriu sua missão com louvor. Claro que o queríamos por mais tempo, ainda tinha muito o que aprender com você, mas Deus sabe de todas as coisas, descanse em paz meu grande amigo, meu irmão”.
A escola também homenageou o porteiro com o “cantinho do Cari”. Uma placa com uma foto do sempre sorridente Carivaldo e o seu bom dia.