Da redação, AJN1
Entidades representativas de cantores, instrumentistas, auxiliares de produção, apoiadores da música local informal e alternativa do estado de Sergipe divulgaram uma carta de repúdio contra pagamentos de cachê abaixo do valor de mercado, supostamente praticados por alguns donos de bares e restaurantes que disponibilizam músicas ao vivo para os seus clientes.
No texto, as categorias lembram que, com a pandemia da covid-19, os trabalhadores da música e do entretenimento foram os mais prejudicados entre todos os segmentos da economia que geram emprego e renda, e que a redução do cachê só agrava a situação dos profissionais, que vivem da indústria da música para colocar comida em casa.
“Com o retorno do funcionamento de bares e restaurantes, observamos que o retorno do público a estes ambientes foram visíveis, porém, com plausíveis e raras exceções, alguns contratantes estão oferecendo aos músicos cachês inferiores à realidade de mercado, gerando uma insatisfação na classe e indignação por parte de amigos e fãs que acompanham diversos artistas locais e frequentam ambientes por conta destas atrações”, diz um trecho do texto.
Na carta, as categorias afirmam ainda que, atualmente, o valor do cachê repassado por alguns donos de bares e restaurantes é de R$100, classificado pelos trabalhadores como “indecente”, já que que o contrato de um músico profissional que acompanha outro artista em um show aberto, por um tempo de duas horas, gira em torno de R$250, podendo chegar ao dobro, a depender do período.
“Diante do exposto, apresentamos nosso repúdio público a todo aquele que estiver oferecendo o cachê de cem reais, mesmo recebendo couvert na conta final dos seus clientes. Por esta razão, solicitamos apoio das autoridades para intervir em favor da classe, no sentido de haver um acordo sobre couvert ou valor para prestação de serviço na área da música em bares e restaurantes, estabelecendo um valor mínimo, que seja decente. Resta a necessidade de interferência das autoridades em defesa da parte hipossuficiente desta relação de prestação de serviço”, diz o texto.
A carta é assinada pelos grupos Artistas na Luta, dos Artistas Independentes de Sergipe, dos Músicos Lagartenses.