ARACAJU/SE, 28 de outubro de 2024 , 1:27:22

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Netflix, papa: o que se sabe sobre sumiço misterioso que mobiliza Vaticano

 

O sumiço misterioso de uma jovem, em 1983, motivou a reabertura de uma investigação pelo Vaticano este mês. A história da adolescente Emanuela Orlandi, que vivia na Cidade do Vaticano, foi tema de um documentário na Netflix.

  • Emanuela Orlandi, de 15 anos, cujo pai trabalhava para o Vaticano, desapareceu depois de uma aula de música em Roma em 22 de junho de 1983.
  • À Netflix, o irmão de Emanuela, Pietro, contou o que ocorreu naquele dia: enquanto a mãe preparava pizza e fazia uma sopa, Emanuela – que tocava flauta e piano e estudava canto – pediu para que ele a acompanhasse até a escola de música, onde se prepararia para uma apresentação.
  • Por preguiça, Pietro não quis acompanhá-la – algo pelo que diz sentir remorso até hoje.
  • Depois de ir à aula de música, Emanuela deu um último telefonema às 17h e disse ter encontrado uma representante que vendia produtos da Avon. Às 19h, ela não apareceu para um jantar que tinha marcado com uma das irmãs.
  • Às 21h, as buscas começaram e, à meia-noite, a entrada do Vaticano foi fechada. Desde então, começou a luta da família para tentar saber a verdade.
  • No dia 3 de julho daquele ano, o então papa João Paulo II se manifestou sobre o caso e disse que estava “próximo à família Orlandi na aflição pela filha Emanuela”.

As teorias

O caso rendeu diversas teorias, nunca comprovadas.

  • Enrico de Pedis, suspeito de pertencer à máfia, à loja maçônica P2 e a setores das finanças do Vaticano, foi acusado de ter sequestrado a jovem e enterrado seu corpo em concreto.
  • Segundo uma das teorias, Emanuela teria sido sequestrada pelo grupo criminoso romano conhecido como “banda della Magliana”, liderado por Enrico de Pedis, para recuperar um empréstimo do ex-presidente americano do Banco Vaticano (IOR) Paul Marcinkus.
  • Outra teoria é de que o sequestro da adolescente foi realizado para conseguir a liberação de Mehmet Ali Agca, o turco que tentou assassinar o papa João Paulo II em 1981.

Em uma carta aberta divulgada em 2010, Agca garantiu que Emanuela Orlandi estava viva em 2019 e que era necessário buscar pistas nos arquivos da CIA.

Agora, a advogada da família, Laura Sgro, deseja saber quais as intenções da Justiça do Vaticano. “Há anos peço que sejam interrogadas algumas personalidades pertencentes à cúpula do Vaticano. Infelizmente, algumas já faleceram “.

Pietro Orlandi, irmão de Emanuela, pediu ao Vaticano que faça a nova investigação com “honestidade e transparência”. Ele disse ter visto como “muito positiva” a decisão de reabrir a investigação, após uma série de pedidos da família.

O irmão da jovem ainda disse que haveria “novas provas”, entre elas, “uma captura de tela de uma conversa no WhatsApp entre duas pessoas muito próximas ao papa Francisco — não reveladas — que entre o fim de 2013 e o ano de 2014 falaram sobre uma documentação sobre Emanuela”.

Série da Netflix

  • O caso virou tema da série documental “A garota desaparecida do Vaticano”, lançada em 2022 pela plataforma de streaming. Na série, o irmão de Emanuela afirma que o papa Francisco lhe disse: “Está no céu”, dando a entender – segundo a família – que o Vaticano sabe o que aconteceu com a jovem.

Fonte: Uol

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