A Academia Sueca anunciou que o autor húngaro László Krasznahorkai foi o vencedor do Nobel de Literatura em 2025. A escolha foi ‘por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte’.
Seu livro mais conhecido é logo o romance inicial, ‘Sátántangó’, publicado pela primeira vez em 1985 e que chegou a ser adaptado para o cinema posteriormente pelo cineasta Bela Tarr. O trabalho fez ele começar a ganhar renome fora da Hungria.
László Krasznahorkai nasceu em 1954 na pequena cidade de Gyula, no sudeste da Hungria, perto da fronteira com a Romênia. Uma área rural remota semelhante é o cenário de ‘Sátántangó’, que foi uma sensação literária na Hungria e a obra inovadora do autor. O romance retrata, em termos poderosamente sugestivos, um grupo de moradores desamparados em uma fazenda coletiva abandonada no interior da Hungria, pouco antes da queda do comunismo.
‘Silêncio e expectativa reinam, até que o carismático Irimiás e sua companheira Petrina, que eram considerados mortos por todos, aparecem de repente em cena. Para os moradores que aguardam, eles parecem mensageiros da esperança ou do juízo final. O elemento satânico a que se refere o título do livro está presente na moralidade escrava e nas pretensões do trapaceiro Irimiás, que, por mais eficazes que sejam, deixam quase todos presos em nós’, diz o texto no site oficial do Nobel.
O site da Academia Sueca destaca outros trabalhos do autor que não foram publicados no Brasil. Um deles é o segundo livro, ‘Az ellenállás melankóliája’ (ou, em tradução livre, ‘A Melancolia da Resistência’).
A crítica americana Susan Sontag chamou o escritor de ‘mestre do apocalipse’ da literatura contemporânea depois do lançamento dessa obra.
”Este espetáculo misterioso e ameaçador põe forças extremas em movimento, provocando a disseminação da violência e do vandalismo. Enquanto isso, a incapacidade dos militares de impedir a anarquia cria a possibilidade de um golpe ditatorial. Utilizando cenas oníricas e caracterizações grotescas, László Krasznahorkai retrata com maestria a luta brutal entre a ordem e a desordem. Ninguém escapa dos efeitos do terror’, segue o texto.
Em 2024, a vencedora foi a escritora sul-coreana Han Kang, conhecida pelo livro ‘A Vegetariana’.
O prêmio é de 11 milhões de coroas suecas no total, equivalente à cerca de R$ 6,2 milhões de reais, e vai inteiramente para o autor.
Fonte: CBN
