ARACAJU/SE, 30 de julho de 2025 , 2:00:46

Número de palestinos mortos em Gaza ultrapassa 60 mil

 

O pior cenário de fome está se desenrolando em Gaza e é necessária uma ação imediata para acabar com os combates e permitir o acesso desimpedido à ajuda, alertou nesta terça-feira (29) uma entidade global que monitora a fome, dizendo que a falta de ação agora resultaria em morte generalizada.

O alerta coincidiu com uma declaração das autoridades de saúde de Gaza dizendo que a campanha militar de Israel já havia matado mais de 60 mil palestinos.

A IPC (Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar) levantou a perspectiva de que a crise de falta de comida provocada pelo homem poderia ser formalmente classificada como fome, na esperança de que isso pudesse aumentar a pressão sobre Israel para permitir a entrada de muito mais alimentos.

“Evidências crescentes mostram que a fome generalizada, a desnutrição e as doenças estão causando um aumento nas mortes relacionadas à fome”, disse o IPC.

O sistema acrescentou que realizaria rapidamente a análise formal que permitiria classificar Gaza como “em situação de fome”.

Mas não está claro se esse anúncio ajudaria a remover o principal obstáculo para que os alimentos cheguem aos 2,1 milhões de habitantes de Gaza: a recusa de Israel em permitir a entrada de mais do que um pequeno número de caminhões.

Pouca ajuda humanitária entrando em Gaza

“Estamos recebendo cerca de 50% do que solicitamos em Gaza desde que essas pausas humanitárias começaram no domingo”, falou Ross Smith, do PMA (Programa Mundial de Alimentos), a repórteres em Genebra por vídeo.

O PMA afirmou que quase 470 mil pessoas estão enfrentando condições semelhantes às da fome, sendo que 90 mil mulheres e crianças precisam de nutrição especializada.

O Ministério da Saúde de Gaza diz que pelo menos 147 pessoas morreram de fome, incluindo 88 crianças, a maioria nas últimas semanas.

As imagens de crianças em pele e osso chocaram o mundo e alimentaram as críticas internacionais a Israel, levando o país a anunciar, no fim de semana, pausas humanitárias diárias nos combates em três áreas de Gaza e novos corredores seguros para os comboios de ajuda.

No entanto, o suprimento continua muito menos do que as agências de ajuda dizem ser o mínimo necessário.

O alerta do IPC (Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar) apontou que isso significava 62 mil toneladas de alimentos básicos por mês, mas que, segundo a agência israelense de coordenação de ajuda Cogat, apenas 19.900 toneladas entraram em maio e 37.800 em junho.

Smith disse que o PMA não tem os estoques ou as permissões para reabrir as padarias e cozinhas comunitárias que haviam sido uma salvação antes do início do bloqueio israelense total em maio.

O ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, disse nesta terça-feira (29) que a situação em Gaza é “difícil”, mas que havia mentiras sobre a fome.

Ele falou que 5 mil caminhões de ajuda entraram no território nos últimos dois meses e que Israel ajudaria aqueles que quisessem realizar lançamentos aéreos — um método de entrega que os grupos de ajuda dizem ser ineficaz e simbólico.

Israel tem afirmado constantemente que suas ações são justificadas como autodefesa. O país afirma que o grupo militante palestino Hamas, que governa Gaza, é o culpado por se recusar a libertar reféns e se render, e por operar em áreas civis, o que o Hamas nega.

O alerta do IPC diz que “ações imediatas devem ser tomadas para acabar com as hostilidades e permitir uma resposta humanitária desimpedida, em larga escala e que salve vidas”.

“Esse é o único caminho para impedir mais mortes e sofrimento humano catastrófico”, acrescenta.

O IPC faz parcerias com governos, grupos de ajuda internacional e agências da ONU e avalia a extensão da fome sofrida por uma população.

Sua classificação de fome exige que pelo menos 20% das pessoas estejam sofrendo escassez extrema de alimentos, sendo que uma em cada três crianças está gravemente desnutrida e duas pessoas em cada 10 mil morrem diariamente de fome e doenças.

Os dados mais recentes do sistema indicaram que os limites formais de fome já foram atingidos para o consumo de alimentos na maior parte do território e para a desnutrição aguda na Cidade de Gaza.

Fonte: CNN Brasil

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