O aguardado “O Agente Secreto” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6) após rodar o mundo em festivais e ganhar repercussão internacional. O título é a grande aposta do Brasil para o Oscar.
Ambientado no Recife da década de 1970, durante a ditadura militar, a trama acompanha o retorno de Marcelo para a cidade. Lá, ele é acolhido por uma casa de refugiados e inicia um trabalho novo, mas esconde um passado obscuro e passa ser procurado.
Apesar da abordagem misteriosa, a produção surpreende pelo tom bem-humorado em uma imersão à época construída pela direção de arte e trilha sonora.
A produção é estrelada por Wagner Moura (“Tropa de Elite”), Maria Fernanda Cândido (“Terra Nostra”), Gabriel Leone (“Dom”), Isabél Zuaa (“O Nó do Diabo”), Alice Carvalho (“Cangaço Novo”) e mais.
O título traz elementos de ficção e de lendas urbanas para um cenário real e rico de referências da cultura brasileira. Além disso, inspira-se em clássicos do cinema para a construção da trama.
“O Agente Secreto’ é muito brasileiro, mas que ele não tem medo de lembrar de filmes americanos. ‘Tubarão’ é um filme que eu gosto muito do Steven Spielberg. É um filme muito interessante para mim também, porque eu venho de uma cidade que tem problema real de Tubarão, então é a união da lembrança desse filme com o que temos que lidar em Recife. Eu acho que é um elemento que foi desenvolvido com muita naturalidade no filme ” disse Kleber Mendonça Filho em entrevista à CNN.
“Mas eu lembro também do filme do Hector Babenco, “Lúcio Flávio: Passageiro da Agonia’, que é um filme de 1977, que é o ano que se passa ‘O Agente Secreto’. Eu lembro muito dos filmes de mistério e suspense de Alfred Hitchcock — acho que tem muita coisa dele nesse filme. Tem muita música americana e brasileira. É uma sopa”, concluiu.
Chances de Oscar?
A equipe de “O Agente Secreto” quer estar no Oscar — e está trabalhando muito para isso, afirmou o diretor Kleber Mendonça Filho à CNN. Segundo o pernambucano, eles estão em campanha desde a estreia no Festival de Cannes em maio deste ano.
“‘O Agente Secreto’ estreou no Festival de Cannes em competição em maio — e foi excelente. O filme foi muito bem recebido, ganhou prêmio. A Neon, que é uma distribuidora muito importante nos Estados Unidos, adquiriu os direitos de distribuição. E foi em Cannes que a gente se deu conta que já estávamos em campanha [para o Oscar], porque com o tipo de projeção que o filme teve, ele naturalmente entrou na temporada de prêmios”, explicou Kleber Mendonça Filho.
“A gente tem viajado muito com o filme. O trabalho de divulgação tem se dividido entre internacional e nacional, porque o filme é brasileiro e nós que fizemos o filme queremos muito que ele tenha uma carreira excelente no Brasil”, completou.
Desde a estreia em Cannes, “O Agente Secreto” já esteve em mais de 15 festivais de cinema, passando por países como Austrália, Espanha, Estados Unidos, Polônia, Peru e mais. A repercussão internacional é importante para a visibilidade do título para na temporada de premiações.
“Agora começa muito esse assunto de Oscar, de temporada de prêmio, e o que eu posso dizer é que eu estou trabalhando muito para divulgar ‘O Agente Secreto’, um filme brasileiro, um produto cultural do Brasil, que viaja e leva as ideias do Brasil por aí afora. A Neon organizou uma agenda muito pesada, dramática e maravilhosa de viagens e sessões especiais e festivais”, contou.
O thriller de Kleber Mendonça Filho foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil no Oscar — ou seja, ele pode concorrer na categoria de Melhor Filme Internacional.
Para além disso, “O Agente Secreto” está cotado por diversos veículos internacionais especializados em cinema para outras categorias na premiação, entre elas Melhor Filme, Direção, Roteiro Original e Ator (Wagner Moura).
Fonte: CNN Brasil





