O advogado Evânio Moura, que defende o empresário José Antônio Torres Neto, preso neste domingo (9) em Salvador (BA) na segunda fase da Operação Babel, deflagrada pelo Departamento de crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), disse que em nenhum momento o empresário criou obstáculos ou tentou atrapalhar as investigações. Em entrevista ao programa Jornal da Fan, o advogado disse que o argumento utilizado para decretação da prisão não procede, pois no mandado de busca e apreensão se referia a duas linhas telefônicas e marcas de aparelhos celulares.
Evânio Moura questionou ainda as razões da realização da operação ter ocorrido em um domingo e disse estranhar que o empresário não tenha sido intamado a prestar esclarecimento sobre a questão do aparelhos celular. “Nunca antes tive conhecimento da realização de uma operação no domingo. Era só o delegado me informar ou intimar o empresário que ele compareceria para prestar esclarecimentos”. O advogado ressaltou que nesta segunda-feira (10) vai recorrer da decisão para que José Antônio possa responder em liberdade.
O inquérito que apura supostas irregularidades na coleta de resíduos sólidos em Aracaju foi instaurado no Deotap em setembro do ano passado, por solicitação da empresa Cavo, que atualmente é responsável pela coleta de lixo e limpeza urbana de Aracaju. No mês passado, com o início da coleta de depoimentos, as investigações ganharam um novo ritmo e foi realizada a primeira fase da operação, que resultou no cumprimento de vários mandados de busca e apreensão na empresa Torre e na sede da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).
Segundo o advogado, em nenhum momento os sócios da empresa tentaram obstruir o trabalho da polícia, tendo eles se apresentado independente de intimação para prestar esclarecimentos no Deotap. “A empresa coopera com as investigações e os empresários compareceram para prestar declarações e não foi criado obstáculos na busca na empresa”, disse o advogado, ressaltando que a busca e apreensão não falava do aparelho e sim nas linhas telefônicas, que foram entregues com os respectivos chips.
O empresário José Antônio foi preso na manhã de ontem no hotel de sua propriedade em Salvador (BA). Ele foi transferido para Aracaju e no final da tarde, depois de ser submetido a exames de corpo de delito, foi encaminhado para carceragem da 1ª Delegacia Metropolitana (DM), no conjunto Leite Neto, na zona sul da capital.
