Da redação, AJN1
Em decorrência de uma nova ameaça sofrida por rodoviários que trabalham na linha Santos Dumont/Mercado, Ramal 607, os três ônibus não circularam no final de semana deixando moradores de parte da zona Norte sem transporte público. De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Aracaju (Sinttra), o incidente aconteceu na manhã do sábado (29), quando desconhecidos embarcaram em um dos veículos e ameaçaram o motorista, afirmando que no Coqueiral ninguém pagaria passagem. Abalado emocionalmente, o motorista só teve condições de seguir viagem até o terminal da avenida Visconde de Maracaju.
“Não houve outra alternativa a não ser recolher os carros. Não adianta colocar os rodoviários para em toda viagem trabalhar tenso carregando vidas e, em todos os cantos ser ameaçado”, disse o secretário geral do Sindicato, Valtenes Porto, acrescentando que diante da situação o presidente do Sinttra, Miguel Belarmino, que estava no terminal da Maracaju, não teve outra opção senão apoiar a retirada dos ônibus de circulação. O ocorrido foi comunicado ao despachante da empresa e os veículos foram recolhidos à garagem.
Na semana passada, a linha 607 deixou de circular por três dias, deixando as comunidades do Pau Ferro, Santos Dumont, Japãozinho, Porto D’Anta e Coqueiral sem transporte. A motivação foi o medo de cobradores e motoristas em trabalhar na linha, por conta das constantes ameaças e até agressões sofridas pelos profissionais. Os casos mais comuns, são os de populares que embarcam nos veículos e se recusam a pagar a passagem, pulam as catracas e fazem ameaças aos rodoviários.
Na sexta-feira (28) depois que houve reforço policial na área, com equipes da Polícia Militar realizando abordagens, os rodoviários voltaram a trabalhar na linha, mas avisaram que em caso de novos registros de ameaças, retirariam os ônibus de circulação, situação que se confirmou com o ocorrido no Coqueiral.
“Você já sai de casa com a escala e com medo de não voltar. É uma situação complicada. A gente pede a compreensão da população. Sabemos que está sofrendo, mas ela tem que ajudar a polícia e também denunciar quem pula a catraca e faz as ameaças. Tem que ser uma junção de tudo, rodoviários e população. Do jeito que está é que o Sinttra não vai permitir que os rodoviários voltem a trabalhar nesse Ramal”, destacou Valtenes Porto.