O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para a América do Sul emitiu um comunicado cobrando as autoridades brasileiras sobre uma investigação “célere e completa” da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe.
“A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”, disse o chefe do escritório, Jan Jarab.
De acordo com ele, as investigações precisam cumprir com as normas internacionais de direitos humanos e os agentes responsáveis têm que ser levados à Justiça, para garantir uma reparação aos familiares da vítima.
“A violência policial desproporcionada não vai parar até as autoridades tomarem ações definitivas para combatê-la, como a perseguição e punição efetiva de qualquer violação de direitos humanos cometida por agentes estatais, para evitar a impunidade”, acrescentou.
Jan Jarab também falou sobre a necessidade de mais formação em direitos humanos para as polícias do Brasil para uma abordagem humana, principalmente com pessoas negras e com problemas de saúde mental.
Nessa quinta (26), a PRF admitiu o uso de spray de pimenta e gás lacrimogênio dentro da viatura . Os agentes envolvidos na ação foram afastados das funções.
No comunicado emitido pela PRF, no entanto, os agentes escreveram que Genivaldo faleceu “possivelmente devido a um mal súbito”, mas o Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe afirma que a vítima morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Genivaldo teria sofrido uma “sessão de tortura” feita pelos agentes, segundo o sobrinho da vítima, Alisson de Jesus. Antes de ser colocado na viatura, a vítima ainda foi agredida com empurrões e chutes na cabeça.
Alisson afirma, ainda, que a família enfrentou dificuldades para obter informações sobre o quadro de saúde dele, tendo sido impedida de entrar no Hospital para onde ele havia sido levado após a abordagem.
“Foi dada a ordem de parada, ele parou, botou a moto no tripé e atendeu todos os comandos que o policial deu. O policial disse para ele levantar a camisa, ele levantou, e falou para o policial que estava com remédios e receita no bolso, indicando que tinha problemas mentais”, contou, ao portal FanF1, da Rádio Fan FM.
Fonte: IG com informações Agência O Globo