Dois suspeitos morreram em confronto com policiais civis durante a Operação Lavagem 235, deflagrada no início da manhã desta terça-feira (25) em Itabaiana e Ribeirópolis. Os agentes foram recebidos a tiros enquanto cumpriam mandados contra uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro. A ação também resultou em nove prisões temporárias, 18 buscas e apreensões e no bloqueio judicial de valores e bens do grupo. Armas também foram apreendidas.
A operação é desdobramento de uma investigação da Delegacia Regional de Itabaiana, que identificou uma quadrilha estruturada, com hierarquia definida, ramificações familiares e rotas consolidadas de abastecimento de drogas. O trabalho do Núcleo de Investigação Financeira, Divisão de Narcóticos e Divisão de Repressão a Crimes Patrimoniais, conduzido pelos delegados Fábio Alan Pimentel e Matheus Cardillo, contou com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). Segundo a polícia, mesmo após prisões anteriores, o grupo conseguia se recompor rapidamente para manter o tráfico ativo.
A análise de dados bancários revelou movimentações suspeitas que ultrapassam R$ 18 milhões, feitas por meio de depósitos fracionados, transferências encadeadas, uso de “laranjas” e grande circulação de dinheiro em espécie — características típicas da lavagem de capitais. Para os investigadores, o esquema financeiro tinha papel central na expansão da organização criminosa.
Durante o cumprimento dos mandados, equipes apreenderam aparelhos eletrônicos, documentos e bens relacionados ao fluxo financeiro investigado. O material deve abrir novas frentes de apuração e ampliar o alcance do inquérito.
A operação mobilizou efetivos da Delegacia Regional de Itabaiana, Delegacia Regional de Lagarto, Cope, delegacias de Capela, Boquim, Ribeirópolis e Campo do Brito, além do apoio do Getam, 3º BPM, Guarda Municipal, GTA, Canil da PM e Dipol.
Segundo a Polícia Civil, a ofensiva enfraquece o núcleo econômico que sustentava o tráfico na região. As análises periciais seguem em andamento e podem levar à identificação de novos integrantes e à adoção de novas medidas de confisco.
Origem do nome
O nome “Lavagem 235” remete à BR-235, área base da atuação da quadrilha, e ao foco central da operação: a lavagem de dinheiro. O termo simboliza, segundo a polícia, a “limpeza” de estruturas criminosas enraizadas no território.
*Com informações Ascom SSP
