O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou ontem (16), em entrevista coletiva, que “nada sugere” que os objetos voadores abatidos na América do Norte recentemente “estivessem relacionados ao programa de balões espiões da China ou que fossem veículos de vigilância de qualquer outro país”.
Ainda assim, admitiu que não está claro o que os objetos eram ou seu propósito.
“A avaliação atual da inteligência é que esses três objetos provavelmente eram balões ligados a empresas privadas, instituições de recreação ou pesquisa que estudam o clima ou conduzem outras pesquisas científicas”, explicou Biden durante fala na Casa Branca.
Três objetos foram derrubados recentemente: um sobre o Lago Huron, nos EUA, que tinha forma “octogonal” com cordas penduradas e nenhuma carga perceptível, de acordo com um alto funcionário do governo; outro sobre o norte do Canadá, que parecia ser um balão com uma carga de metal pendurada embaixo; e outro na costa do norte do Alasca, que era metálico e quebrou em vários pedaços quando atingiu o gelo do mar.
As informações são de autoridades dos EUA de do Canadá. Elas ressaltam que os objetos eram todos menores em tamanho e voavam a uma altitude muito menor do que o balão chinês abatido em 4 de fevereiro.
Outro ponto abordado pelo chefe de Estado americano é que não há evidência de que houve um aumento repentino no número de objetos no céu, mas a capacidade de identificá-los foi ampliada com melhora nos sensores.
“Agora estamos vendo mais deles, em parte, devido às medidas que tomamos para aumentar nossos radares”, explicou.
Medidas para monitorar objetos
Joe Biden também revelou que instruiu o governo a tomar medidas para o monitoramento de objetos que entrem no espaço aéreo americano.
São elas:
- Os EUA estabelecerão um inventário melhor de objetos aéreos não tripulados acima do espaço aéreo do país e garantirão que seja “acessível e atualizado”;
- Os EUA implementarão medidas para melhorar sua capacidade de detectar objetos não tripulados;
- As autoridades atualizarão as regras e regulamentos para o lançamento e manutenção de objetos não tripulados acima dos EUA;
- O secretário de Estado, Antony Blinken, liderará um esforço para ajudar a “estabelecer normas globais comuns neste espaço amplamente não regulamentado”.
Biden diz não querer “nova Guerra Fria”
O chefe de Estado afirmou que não busca uma “nova Guerra Fria” com o país asiático, mas que não pedirá desculpas pelo balão abatido. Ainda assim, ressaltou que o incidente mostra a importância de manter abertas as linhas diplomáticas e militares de comunicação.
“Buscamos competição, não conflito com a China. Não estamos procurando uma nova Guerra Fria. Mas não peço desculpas, e vamos competir”, destacou, acrescentando que planeja falar com o presidente chinês, Xi Jinping. Ele não forneceu, porém, uma possível data para o encontro.
Fonte: CNN Brasil