Michelle Bodzsar e Ben Stephen Miller foram acusados na última sexta-feira de negligência criminosa e fraude depois de rasparem a cabeça e as sobrancelhas de um de seus filhos, de apenas seis anos, para arrecadar doações em dinheiro para um suposto tratamento. O casal australiano, conforme noticiado pelo jornal britânico “The Guardian”, conseguiu arrecadar 60 mil dólares australianos, cerca de R$ 235 mil, em apenas duas semanas após publicar fotos de seu filho com a cabeça raspada, em uma cadeira de rodas e com bandagens para simular os resultados de uma radioterapia.
Segundo a polícia, os pais, ambos de 44 anos, mentiram sobre o diagnóstico do filho para despertar empatia e receber dinheiro por meio de uma arrecadação de fundos para supostamente pagar os procedimentos médicos para ele.
“É abominável que as pessoas procurem lucrar através da sua ganância e egoísmo pessoal de uma condição tão insidiosa como o câncer, que afeta tantas famílias na nossa comunidade”, disse o vice-comissário interino John DeCandia.
Até o momento, as autoridades procuraram garantir a proteção dos filhos do casal, o menino de seis anos e uma menina com idade entre seis e doze anos. Além disso, relataram que o menor afetado acreditava ter câncer.
“Nossa investigação confirmou que a criança não está procurando tratamento médico. Acreditamos que esta doença falsa está causando danos psicológicos significativos e graves à criança e à sua irmã”, disse DeCandia. “A criança precisará de apoio contínuo porque inicialmente pensar que você tem câncer e não está bem seria bastante devastador.”
O que aconteceu com os pais?
O canal australiano “The Nightly” informou que Bodzsar e Miller foram presos em 13 de dezembro e os menores foram colocados aos cuidados de um cuidador designado devido a preocupações com a saúde psicológica das crianças. A magistrada Alison Adair disse que a alegação da promotoria de que a mãe poderia impedir a investigação policial era uma “preocupação válida”.
Ela pode considerar outro pedido de fiança no início do próximo ano e ordenou um relatório de prisão domiciliar para a mãe, que retornará ao tribunal em 6 de janeiro. O pai também permanecerá sob custódia, e a magistrada adiou o caso até 20 de dezembro.
Fonte: O Globo