ARACAJU/SE, 11 de setembro de 2025 , 11:26:07

Pandemia afasta mulheres do consultório médico

SÃO PAULO, 14 Maio de 2021 /PRNewswire/ — São mais de 14 meses de pandemia e a diminuição de consultas médicas e exames de rotina, especialmente entre as mulheres, pode ser considerada um dos efeitos colaterais da COVID-19. O Dia Mundial do Câncer de Ovário traz o tema à tona e alerta para a doença que não apresenta sintomas nos estágios iniciais ? geralmente sendo diagnosticada em fases avançadas. Além disso, pode aparecer em qualquer idade, sendo comum em mulheres acima dos 50 anos.

Algumas secretarias municipais de saúde têm medido o impacto dessa queda, como é o caso de Limeira, no interior paulista, cidade de 300 mil habitantes que registrou em 2019, 19.378 consultas preventivas – contra apenas 9.691 em 2020¹. Rodolfo Leão, diretor médico de Oncologia da AstraZeneca, alerta que especialmente nessa faixa etária, as mulheres não podem deixar de acompanhar e cuidar de sua saúde ginecológica. “Os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios e dos óvulos, sendo de suma importância para a mulher”, menciona.

Além da idade, outros aspectos aumentam as chances de desenvolver a doença. Quem tem histórico familiar de câncer de mama, ovário, próstata ou pâncreas precisa dar bastante atenção a essa parte do corpo ? já que existe uma mutação hereditária que pode aumentar significativamente o risco da doença se manifestar, a mutação BRCA. Além disso, mulheres que iniciaram a menstruação antes dos 12 anos de idade, além das que tiveram menopausa tardia e fumantes devem estar atentas. Uso de terapia hormonal para tratar os sintomas da menopausa, uso de dispositivo intrauterino (DIU), síndrome de ovários policísticos e obesidade merecem atenção especial no diagnóstico.

O câncer de ovário tem alta letalidade, o que faz com que estar sempre em dia com os exames e as visitas médicas sejam muito importantes para um diagnóstico precoce. Segundo dados de 2019 do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número de óbitos pela doença foi de 4.123 mulheres². Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. Por isso, é necessário atenção para os fatores de risco, que podem servir de alerta para que a prevenção e o acompanhamento médico sejam iniciados.

Caso a doença tenha se instalado na paciente, uma abordagem integral ? considerando tanto o histórico familiar, quanto a condição atual do tumor ? oferecerá uma maior compreensão para o time médico que acompanha a jornada de quem enfrenta doença. “Em cerca de metade dos casos de câncer de ovário, as pacientes apresentam uma De­ficiência de Recombinação Homóloga (HRD) ? situação em que as células têm capacidade reduzida de reparar o DNA com precisão. Esta é uma característica chave em alguns tipos de câncer”, explica Rodolfo.

Os resultados do teste HRD, assim como o teste BRCA, podem oferecer as informações necessárias para que médico e paciente possam dar seguimento à terapia e tratamento da doença ? considerando que, o tipo de tratamento varia de acordo com o estágio em que o câncer se encontra. “O método mais utilizado no tratamento é a cirurgia, que deve ser feita por um especialista no tratamento de doenças oncológicas. Na maioria dos casos, a cirurgia é extensa e é necessário realizar a retirada dos ovários, das tubas e do útero”, explica Rodolfo.

Outras opções possíveis são a radioterapia (tratamento que usa a radiação para eliminar as células tumorais), a quimioterapia, hormonioterapia, terapia-alvo ou uma combinação deles. Em pacientes jovens, é possível realizar somente a retirada do ovário afetado pela doença, mas isso vai depender do prognóstico

“Os avanços científicos recentes já nos permitem considerar o câncer uma doença crônica e perfeitamente tratável, o que tira o estigma de ‘sentença de morte’, principalmente no caso do câncer de ovário – uma doença que ainda nos desafia de diversas formas”, reforça Rodolfo Leão, diretor médico de Oncologia da AstraZeneca.

 

Você pode querer ler também